Jornalista australiano condenado acusa Egito de querer silenciar críticas
Cairo, 26 jun (EFE).- O jornalista australiano da “Al Jazeera” Peter Greste acusou as autoridades egípcias de usar o tribunal que o condenou – junto a outros dois profissionais – para “intimidar e silenciar as vozes críticas nos meios de comunicação”.
Em comunicado publicado no site da emissora, Greste, que foi condenado a sete anos de prisão, relatou que seu caso nunca se baseou “simplesmente nas acusações” apresentados contra ele.
O repórter se mostrou “devastado e indignado” pelo veredito anunciado na última segunda-feira, o qual o considerou culpado de divulgar notícias falsas sobre o Egito e colaborar com a organização Irmandade Muçulmana, declarada “terrorista” no Egito.
Greste acrescentou que a Procuradoria Geral egípcia foi incapaz de apresentar uma só prova concreta contra ele e que, além disso, seus advogados encontraram “incontáveis erros de procedimento e irregularidades” no julgamento.
O australiano e o egípcio com passaporte canadense Mohammed Fahdy foram condenados a sete anos de prisão cada, enquanto o egípcio Baher Mohammed viu sua pena ser aumentada em outros três anos, até dez, por possuir uma bala no momento de sua detenção.
Outros 12 jornalistas – estes julgados à revelia – foram sentenciados a dez anos de prisão, além de cinco estudantes, três deles com sete anos de prisão.
Esta decisão foi criticada por vários líderes internacionais, entre eles, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que qualificou a sentença de “apavorante e draconiana”. EFE
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