Jornalista decapitado pelo EI teria cidadania israelense
Jerusalém, 3 set (EFE).- O jornalista americano Steven Sotloff, decapitado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), também tinha cidadania israelense, afirmou nesta quarta-feira a imprensa de Israel.
Diversos meios de comunicação afirmaram que o Ministério das Relações Exteriores confirmou que Sotloff tinha dupla nacionalidade, americana e israelense. Apesar disso, porta-vozes da chancelaria negaram o fato.
Um porta-voz do ministério do Interior consultado pela Agência Efe disse que o governo não iria se pronunciar sobre o assunto.
A imprensa local informou que o jornalista, oriundo de Miami, era judeu e se mudou para Israel em 2008, onde fez uma pós-graduação no Centro Interdisciplinar de Herzliya.
Pouco se sabe sobre sua presença em Israel, pois após ser supostamente capturado em agosto de 2013 todo vínculo com o país foi apagado da internet para impedir que a informação chegasse aos seus sequestradores.
“Como a maioria de nós, veio aqui e se tornou muito crítico ao governo”, declarou ao “Times of Israel” Hillary Ynne Glaser, que estudou resolução de conflitos, relações internacionais e luta antiterrorista com Sotloff.
Ynne lembrou que apesar das críticas, o jornalista voltou a Israel para ir a um casamento após deixar o país no ano passado.
Segundo seu colega, Sotloff continuava considerando Israel seu “lar”.
O Conselho de Segurança Nacional americano, em sua conta no Twitter, informou hoje que “a comunidade de inteligência dos Estados Unidos analisou o recém divulgado vídeo do cidadão americano Steven Sotloff e chegou à conclusão de que ele é autêntico”.
Há 13 dias o EI tornou público o vídeo que mostrava a decapitação do jornalista americano James Foley.
Sotloff, de 31 anos, supostamente capturado em agosto de 2013 perto da fronteira entre a Síria e o Turquia, aparece nas imagens vestido com uma roupa laranja e ajoelhado junto ao seu carrasco, em um cenário desértico muito similar ao do vídeo da decapitação de Foley.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse hoje que a decapitação do jornalista não intimidará seu país e prometeu que “a justiça será feita”.
“Foi um ato de violência horripilante. Não esqueceremos nem vão a nos intimidar. Aqueles que cometem o erro de atacar os norte-americanos devem saber que nunca esqueceremos e que a justiça será feita”, advertiu Obama em entrevista coletiva em Tallinn, capital da Estônia. EFE
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