Jornalista marroquino preso por adultério inicia greve de fome
Rabat, 8 abr (EFE).- O jornalista marroquino Hicham Mansuri, condenado em 31 de março a dez meses de prisão e 40 mil dirhams (4 mil euros) por adultério, declarou nesta quarta-feira uma greve de fome em protesto pelas condições de sua detenção e posterior julgamento.
Mansuri, de 34 anos e secretário da Associação Marroquina de Jornalistas de Investigação, foi detido após a polícia invadir sua própria casa quando estava com sua companheira, uma mulher separada em processo de divórcio, e imediatamente detido, julgado e condenado 13 dias depois.
Desde a prisão de Salé, o jornalista escreveu uma carta, divulgada pelo recém-criado “Comitê pela Libertação de Mansuri”, na qual denuncia que foi espancado, obrigado a ficar nu e filmado pelos agentes de civil que entraram em sua casa e o levaram pelado para delegacia.
Além de denunciar um interrogatório “na total ausência dos meus direitos e sem poder ligar para um advogado”, Mansuri assegura que a polícia apresentou “provas fabricadas”, inclusive no tribunal, onde foram apresentados preservativos e partes de tecidos que, segundo ele, não estavam em seu apartamento.
O adultério é castigado no Código Penal marroquino, mas só é perseguido em contadas ocasiões.
Curiosamente, no mesmo mês em que Mansuri foi julgado, um dirigente islamita da organização ilegal Justiça e Caridade (considerada a mais importante do Marrocos) também foi detido pela Polícia e acusado por adultério. EFE
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