Jornalistas de Hong Kong denunciam deterioração da liberdade de imprensa

  • Por Agencia EFE
  • 13/07/2015 08h27
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Hong Kong, 13 jul (EFE).- O ano 2014 foi o mais difícil para a liberdade de imprensa em Hong Kong, segundo o relatório anual da Associação de Jornalistas da ilha (HKJA, por sua sigla em inglês).

“Ainda não vimos o pior”, disse nesta segunda-feira à Agência Efe o vice-presidente da HKJA, Shirley Yam Mei-ching, no dia seguinte da apresentação do documento, o primeiro após os protestos a favor de maiores liberdades democráticas que ganharam a atenção mundial.

A tensão política que os protestos populares abriram entre Pequim e Hong Kong “servirá para que o governo chinês trate de controlar ainda mais a liberdade jornalística na cidade”, disse Yam Mei-ching.

O relatório recolhe que Hong Kong passou do posto 18 dentro do Índice Mundial de Liberdade de Imprensa em 2002 para o 71 em 2104.

A Associação ressaltou vários ataques físicos contra jornalistas ocorridos no ano passado como amostra da deterioração da liberdade de imprensa nesta região administrativa especial da China.

Entre esses ataques destaca o do ex-redator chefe do jornal “Ming Pao Daily News”, crítico ao regime, Kevin Lau, que foi atacado em plena rua por um desconhecido armado com vários facas e teve que ser hospitalizado.

O relatório também ressalta o ataque à casa de Jimmy Lai, fundador do grupo midiático “Next Midia”, forte opositor ao regime comunista e um ativista pró-democracia, com armas explosivas.

Além disso, mais de 30 jornalistas ficaram feridos enquanto cobriam os protestos de Hong Kong, nos quais foram golpeados com cassetetes de polícia, arrastados, receberam patadas, murros, gás pimenta e foram detidos, segundo o relatório.

A HKJA descreveu a situação dos jornalistas “presos entre dois fogos”, ao receber pressões externas por parte do governo e das grandes empresas, assim como a autocensura crescente na indústria.

Também foram apontados vários casos de pressões ou ações para controlar os meios de comunicação locais e exercer a censura por parte do governo chinês.

Para Yam Mei-ching, outro desafio que os jornalistas devem enfrentar é a controversa lei sobre segurança nacional aprovada na China no último dia 1 com a qual serão endurecidos os controles na internet e dá poder ao governo para que tome “todas as medidas necessárias” a fim de proteger sua soberania. EFE

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