Jovem é estuprada e enforcada em árvore no leste do Paquistão
Islamabad, 20 jun (EFE).- O corpo de uma jovem de 20 anos, aparentemente vítima de estupro, foi encontrado nesta sexta-feira em uma árvore da cidade de Layah, no leste do Paquistão, informaram à Agência Efe fontes policiais.
O fato lembra os crimes registrados nas últimas semanas na Índia e ainda está sob a investigação da polícia, que registrou uma denúncia, mas não ouviu nenhum suspeito.
Um investigador da polícia local, Ilias Ahmed, assegurou que a autópsia no corpo da vítima confirmou a agressão sexual e o homicídio da jovem, identificada como Muzamil.
O caso em questão também apresenta várias contradições, já que as forças de segurança trabalham com diferentes versões.
Em um primeiro momento, o próprio Ahmed teria afirmado que a vítima fugiu de sua casa e depois apareceu morta, abrindo a possibilidade de que a família estivesse envolvida em um possível crime de honra, tendo em vista que o namoro da jovem não era aceito pela família.
Horas depois, a polícia contrariou essa versão e afirmou aceitar a possibilidade do sequestro por parte do namorado, apontado como possível autor do crime, mas que não aparerece como suspeito nas fichas criminais.
“Pensamos que o namorado e seus amigos pudessem estar envolvidos, mas oficialmente não há suspeitos”, assegurou o policial que investiga o caso.
A imprensa local e organizações de defesa das mulheres dizem que as forças de segurança atuam de forma displicente em casos de violência machista, principalmente para proteger os interesses das famílias influentes na zona do crime.
Apesar da falta de esclarecimento em relação à autoria do crime, o homicídio da jovem em Layah lembra os casos registrados nas últimas três semanas no norte da Índia, onde cinco mulheres apareceram enforcadas depois de terem sido estupradas.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (HRCP), mais de 2,5 mil estupros foram registrados no último ano só na província de Punyab, em Layah, embora o organismo tenha alertado que muitos casos não chegam a ser registrados.
A HRCP também informou que, somente no ano passado, 900 mortes de mulheres foram registradas pelas mãos de homens em crimes que supostamente defendiam a honra familiar. EFE
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