Jovens pedem legalização da maconha em frente ao Congresso paraguaio
Assunção, 20 dez (EFE).- Cerca de 50 jovens se reuniram neste sábado em frente ao Congresso em Assunção para pedir a legalização da maconha no Paraguai, país que é o principal produtor dessa droga para o mercado negro na América do Sul.
O grupo, que não está associado a nenhum partido político, convocou o protesto através das redes sociais.
Os participantes exibiam cartazes que diziam: “Nem viciado nem delinquente, consumidor consciente”, “Plante seu metro quadrado, cultive seus direitos” e “As dependências é assunto de saúde pública, não de Polícia”.
Os manifestantes, de entre 18 e 25 anos, defendem uma lei que “não criminalize o consumidor”, segundo disse à Agência Efe Nico, de 19 anos, que não quis dar seu nome completo “por medo da repressão policial”.
Enquanto nos países da América foi se legalizando o consumo de cannabis, como no Uruguai onde este mês a legislação completou um ano, no Paraguai portar mais de dez gramas dessa substância leva à pena de prisão.
Nico considerou paradoxal que no Paraguai seu uso “seja um tabu”, quando no país se escondem plantações de maconha que produzem até 30 mil toneladas por ano, segundo as autoridades antinarcóticos.
O jovem disse que se a maconha fosse legalizada “o dinheiro poderia ser investido em saúde e educação em vez de ir parar nas mãos de traficantes, e o pequeno tráfico seria reduzido em muito”.
“A maconha serve para a medicina, há uma tecnologia e uma indústria por trás que poderia ser muito rentável para o país”, comentou.
Nico considerou que a lei sobre drogas no Paraguai “é muito severa” e criticou que alguém que porte 11 gramas de maconha termine na prisão com antecedentes, fato que, além disso, “impede depois que se encontrar trabalho facilmente ou que se entre para a Universidade Nacional”.
Cerca de 80% da maconha produzida de forma ilegal no Paraguai é enviada para o Brasil através de estrada e pequenos aviões, o resto se destina a outros países como Argentina, Uruguai e Chile, segundo a Secretaria Antidrogas (Senad) do país.
A Senad alertou também que o Paraguai se transformou em uma rota de transformação da coca boliviana em cocaína para venda no Brasil e outros países, com a implantação de laboratórios clandestinos em seu território. EFE
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