Jovens são sequestrados por supostos membros do Boko Haram na Nigéria
Lagos, 15 ago (EFE).- Cerca de cem jovens foram sequestrados por supostos membros da milícia radical islâmica Boko Haram no estado de Borno, no norte da Nigéria, onde há quatro meses o grupo terrorista raptou mais de 200 meninas, informou nesta sexta-feira a imprensa local.
O rapto aconteceu no domingo passado, quando homens armados atacaram a comunidade de Doron Baga, quando também morreram pelo menos dez pessoas, segundo testemunhas citadas pelo jornal nigeriano “The Punch”.
Uma testemunha, cujo marido morreu em tal ataque, contou ao jornal que homens armados atacaram a cidade e sequestraram os jovens, o que fez com que muitos moradores fugissem e se refugiassem em algumas regiões do Estado de Borno e de Yobe.
Os insurgentes, explicou, poderiam ter sequestrado estes adolescentes para recrutá-los como força de combate na luta armada que a seita trava no país.
No entanto, o sequestro não foi confirmado pelas autoridades nigerianas, que ainda desconhecem o paradeiro das mais de 200 meninas que no dia 14 de abril foram sequestradas pelo mesmo grupo terrorista.
As meninas ainda permanecem retidas apesar de a Nigéria ter contado nos últimos meses com ajuda internacional, especialmente dos Estados Unidos e do Reino Unido, para localizá-las.
A milícia reivindicou o sequestro das menores e ameaçou vendê-las no mercado se as autoridades não libertassem terroristas presos no país.
O Boko Haram tem seu reduto espiritual e sua base de operações em Borno, mas atua também nos estados vizinhos de Adamawa e Yobe, onde o governo nigeriano declarou o estado de emergência.
Desde que a Polícia matou em 2009 com o então líder e fundador do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma campanha sangrenta que se intensificou nos últimos meses.
Neste ano, o grupo islamita assassinou cerca de 3.000 pessoas, e mais de 12 mil desde 2009, segundo os cálculos do governo nigeriano.
O Boko Haram, que significa em línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta por impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul. EFE
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