Juiz chileno deixa coordenação de causas por violações de direitos humanos
Santiago do Chile, 19 jul (EFE).- O presidente da Corte Suprema do Chile, Sergio Muñoz, renunciou ao cargo de coordenador das causas judiciais referentes aos direitos humanos por divergências com o restante dos magistrados do tribunal sobre as violações no período da ditadura de Augusto Pinochet.
O juiz foi nomeado uma semana atrás, substituindo Hugo Dolmestch. A decisão de deixar o cargo aconteceu na reunião do plenário da Corte Suprema que aconteceu nesta sexta-feira.
O desencontro entre os juízes aconteceu a partir de declarações de Muñoz dadas na terça-feira, quando mostrou intenção de criar uma base de dados informatizada com todas as ações de violações aos direitos humanos durante o governo de Pinochet, entre 1973 e 1990.
Alguns juízes da Corte interpretaram que este cadastro provocaria uma reavaliação do trabalho da justiça no período em que, muitas vezes, os tribunais ignoraram crimes cometidos pelo regime militar.
A iniciativa não foi bem recebida na Corte e alguns juízes cobraram explicações de Muñoz, que então decidiu renunciar ao cargo, alegando “incompatibilidade entre sua visão e a do plenário”. O presidente seguirá na comissão até a definição do substituto. EFE
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