Juiz espanhol ordena prisão de sete pessoas por formação de célula jihadista

  • Por Agencia EFE
  • 15/03/2015 21h13
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Madri, 15 mar (EFE).- Um juiz espanhol ordenou neste domingo a prisão de sete dos oito detidos na sexta-feira acusados de integrarem uma célula jihadista, dedicada a divulgar o radicalismo sob ordens do grupo Estado Islâmico e a captar adeptos para cometer atentados.

Segundo fontes jurídicas, após a declaração, o juiz da Audiência Nacional espanhola, Javier Gómez Bermúdez, decidiu enviar os sete à prisão, acusados de integrarem uma organização terrorista e de posse ilícita de armas. Todos os oito detidos são espanhóis e cinco deles são de origem marroquina.

O magistrado entendeu que os detidos compõem uma célula local da organização terrorista Daesh (Estado Islâmico) dedicada à propaganda, doutrinamento e captação de novos militantes para a organização, e lembrou que todos estavam sendo investigados desde junho de 2014.

Gómez Bermúdez descreveu a nova forma de terrorismo como “jihadismo violento”, que surge com a dificuldade da Al Qaeda para organizar atentados terroristas no Ocidente.

O suposto líder da célula elaborava e editava material audiovisual em apoio ao terrorismo jihadista. Ele chegou a postar um vídeo na internet no qual filmava o filho, de 2 anos, respondendo a perguntas do pai, dizendo que gostaria de ser “jihadista” quando crescer.

Em seu depoimento, segundo as fontes, ele admitiu ter feito um texto com ameaças ao rei da Espanha e uma conversa por telefone, na qual admite trabalhar para o líder do EI.

Para o juiz, o “jihadismo violento” recorre a jovens muçulmanos estabelecidos em países ocidentais para instrui-los presencialmente ou à distância sobre como cometer um atentado ou incentivar outras pessoas a migrarem para regiões do Oriente Médio, onde são orientados para retornar ao Ocidente e cometer atentados.

O magistrado explicou que a célula investigada era integrada por pelo menos dez pessoas que constituíram “uma complexa rede virtual” na internet, com a criação de 52 perfis em redes sociais como Facebook, Twitter, Google+ e Tuenti e que utilizava a tática do “terror informático” na Espanha.

A estratégia que não consiste, de acordo com o juiz, apenas em exibir vídeos violentos, é uma tática de guerra recorrente nas organizações terroristas jihadistas modernas para semear o pânico nas sociedades ocidentais.

“O objetivo é aterrorizar a nossa sociedade como meio de desestabilização e neutralização de defesas, gerando na opinião pública a ideia de que toda reação a esse tipo de terrorismo levará à incerteza em qualquer lugar do mundo e à possibilidade de ser capturado e assassinado da forma horrenda como mostram as imagens”, disse.

No processo de recrutamento, uma vez selecionados os candidatos, o segundo passo da célula era entrar em contato com eles os ensinando sobre a ideologia radical. Em alguns casos, recrutavam menores de idade.

Por último, as pessoas que chegavam ao fim do processo entravam em contato com um membro do grupo na Turquia, que se encarrega de facilitar a ida à Síria para os que decidirem colaborar com o grupo terrorista.

Gómez Bermúdez ressaltou um aspecto comum a todos os detidos, a difícil situação financeira, com alguns desempregados ou vivendo em situações precárias, “o que contribuiu até mais para exacerbar seu ódio em relação à cultura e aos valores de nossa sociedade”.

“Essa circunstância, unida à lealdade à organização terrorista, os tornam pessoas potencialmente muito perigosas para a segurança pública, cujo comportamento futuro é impossível de se prever”. EFE

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