Juíza canadense concede liberdade sob fiança a ex-preso de Guantánamo
Toronto (Canadá), 7 mai (EFE).- Uma juíza da província de Alberta, Canadá concedeu liberdade sob fiança a Omar Khadr, o “menino-soldado” que passou dez anos na prisão militar americana de Guantánamo e foi condenado por crimes de guerra.
O governo canadense se opôs à liberdade sob fiança de Khadr e, após saber a decisão da juíza, disse em comunicado que lamenta a libertação de um “terrorista convicto”.
A juíza do Tribunal de Apelações de Alberta, Myra Bielby, disse nesta quinta-feira, durante audiência realizada na cidade de Edmonton, que a promotoria não apresentou nenhuma prova de que Khadr é uma ameaça para a sociedade canadense ou para as relações do Canadá com os Estados Unidos, como Ottawa havia argumentado.
No dia 24 de abril, a juíza June Ross concedeu a liberdade sob fiança a Khadr, de 28 anos, capturado em 2002, quando tinha 15, por soldados dos Estados Unidos após um combate com forças talibãs no Afeganistão. Mas o governo canadense apelou contra a decisão.
Nascido no Canadá e com família de origem egípcia e vinculada a Osama bin Laden, Khadr foi transferido para Guantánamo imediatamente após sua captura em 2002 e permaneceu preso na base militar americano durante quase uma década.
Em 2010, Khadr assumiu a culpa pela morte de um soldado americano durante o combate no qual foi capturado, por isso foi condenado a oito anos de prisão por crimes de guerra.
Em 2012, foi transferido ao Canadá, contra a vontade do primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, para cumprir o resto da pena, tornando-se o último ocidental a deixar Guantánamo.
Após chegar ao Canadá, Khadr recorreu à condenação nos Estados Unidos, alegando que sua confissão foi realizada após anos de abusos e torturas em Guantánamo. EFE
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