Julgamento de genro de Bin Laden começa na segunda em Nova York

  • Por Agencia EFE
  • 28/02/2014 20h43

Nova York, 28 fev (EFE).- O julgamento de Suleiman Abu Ghaith, genro de Osama bin Laden, começará na próxima segunda em um tribunal federal de Nova York depois de um juiz americano rejeitar nesta sexta-feira uma moção da defesa para adiar o processo com o argumento de que foi confundido com um preso de Guantánamo.

A defesa do acusado tinha pedido ao tribunal que o julgamento fosse adiado porque as autoridades tinham confundido o réu com Abdul Rahman Abdul Abu Ghityh Sulayman, recluso no centro de detenção americano na base naval de Guantánamo (Cuba).

O juiz federal Lewis Kaplan rejeitou nesta sexta-feira a solicitação e estabeleceu que o julgamento deve começar na próxima segunda-feira com o início do processo de seleção do júri, segundo a decisão do magistrado publicadas nos registros eletrônicos do sistema judiciário.

A defesa teve outra moção negada, a que pedia que as autoridades americanas tornem públicas as informação sobre o detido de Guantánamo.

O caso se complicou também pelo testemunho de Khalid Sheikh Mohammed, considerado o cérebro dos atentados terroristas de 11 de setembro, e que também está preso em Guantánamo.

A defesa de Abu Ghaith solicitou e conseguiu o testemunho de Mohammed, o que considera que pode provar que seu cliente é inocente das acusações.

No entanto, as respostas de Mohammed devem ser enviadas a outras agências de segurança americanas, e a defesa ainda não as recebeu até que apresente garantias que a informação não será passará aos serviços de inteligência.

De acordo com a acusação, Abu Ghaith, um dos genros de Bin Laden, foi um dos porta-vozes da Al Qaeda de maio de 2001 até meados de 2002, e após os atentados do 11 de setembro gravou várias declarações em que ameaçava os Estados Unidos de novos ataques.

Abu Ghaith teria servido na Al Qaeda junto de Bin Laden e seu ajudante Ayman al-Zawahiri nesse período, atuando como porta-voz ocasional, apoiando a incumbência da rede terrorista e alertando de ataques “similares aos de 11 de setembro”, acrescentou a acusação.

Abu Ghaith é acusado de conspiração para assassinar cidadãos americanos, acusação que pode implicar em uma pena máxima de reclusão perpétua.

Este processo é muito simbólico já que reflete a nova aposta do governo, julgar os suspeitos de terrorismo relacionados com a Al Qaeda na justiça ordinária em vez de nos tribunais militares estabelecidos durante o mandato de George W. Bush.

Abu Ghaith foi capturado na Turquia em 28 de fevereiro de 2013 e levado depois à Jordânia, de onde foi transferido para Nova York.

No início de março, o réu compareceu pela primeira vez a uma audiência, onde se declarou inocente da acusação, e desde então ficou detido sem direito a liberdade sob fiança. EFE

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