Junta da AIEA aprova plano para tentar esclarecer plano atômico iraniano

  • Por Agencia EFE
  • 24/01/2014 12h09

Viena, 24 jan (EFE).- O Conselho de Governadores da AIEA, o órgão executivo da agência nuclear da ONU, demonstrou nesta sexta-feira apoiar o plano para que seus inspetores verifiquem e supervisionem as medidas com as quais o Irã se comprometeu para tentar esclarecer a natureza de seu programa atômico.

Fontes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicaram que os 35 países deste órgão deram seu sinal verde ao plano para comprovar o cumprimento iraniano do acordo fechado em novembro com as grandes potências.

Os sete países que rubricaram o acordo em novembro em Genebra solicitaram que a AIEA verifique as diferentes fases do pacto, para qual o diretor-geral deste organismo, Yukiya Amano, pediu hoje a ajuda da comunidade internacional.

“Precisamos quase duplicar os recursos do pessoal destinados à verificação no Irã. Necessitaremos aumentar de forma significativa a frequência das atividades de verificação”, precisou o chefe da AIEA.

Para isso, são requeridos seis milhões de euros (US$ 8,2 milhões) nos próximos seis meses, dos quais 500 mil poderão ser financiados pela AIEA, o que exige contribuições adicionais de outros 5,5 milhões de euros, disse Amano durante uma reunião extraordinária do Conselho de Governadores da agência nuclear.

Em troca da suspensão de algumas atividades nucleares pelo Irã, como o enriquecimento de urânio a 20% e a construção de uma usina de água pesada, os Estados Unidos e a União Europeia levantaram certas sanções financeiras e comerciais.

Amano destacou hoje que este acordo interino, com uma duração de seis meses, é “importante e encorajador após anos sem progressos”, embora tenha advertido que “ainda há um longo caminho para percorrer” para encontrar uma solução.

O acordo foi assinado em 24 de novembro pelo Irã e os cinco países permanentes do conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França, o Reino Unido) e Alemanha.

Por sua parte, o embaixador dos EUA perante a AIEA, Joseph MacManus, assegurou hoje à imprensa que “vários países” expressaram já sua vontade de fornecer dinheiro.

Os Estados Unidos fornecerão um “importe substancial” para apoiar as verificações, disse o diplomata americano.

Ainda deverá ser concretizadas as contribuições de cerca de 15 países que se declararam a favor de doar fundos, indicaram fontes diplomáticas em Viena.

O objetivo do histórico acordo de Genebra é encontrar uma solução global e a longo prazo que assegure que o programa nuclear iraniano seja exclusivamente pacífico.

Após sua entrada em vigor nesta semana, as partes têm agora seis meses para negociar e encontrar uma solução definitiva a um conflito nuclear que dura já uma década, sempre à sombra de um possível ataque militar dos EUA ou Israel contra o Irã.

EUA, a UE e, sobretudo, Israel temem que sob o guarda-chuva de um suposto programa nuclear civil, o Irã queira utilizar o conhecimento e materiais para fabricar armas atômicas.

A AIEA assegura que dispõe de informações “críveis” sobre as possíveis dimensões militares das atividades nucleares iranianos.

Teerã afirma que só tem intenções pacíficas, como a geração de energia elétrica e a luta contra o câncer.

No entanto, o enorme alcance de seu programa atômico e as frequentes ameaças contra a existência do Estado de Israel fazem temer a muitos críticos que o Irã tem outras intenções. EFE

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