Junta da Tailândia acorda submeter nova Constituição a um referendo
Bangcoc, 19 mai (EFE).- A junta militar da Tailândia acordou nesta terça-feira submeter a um referendo a nova Constituição do país, o que atrasaria mais ainda a realização das eleições gerais que devem devolver a democracia ao país.
A junta e o governo acordaram uma emenda à Constituição provisória, que rege o país desde o golpe de estado há um ano, para permitir esta votação à qual até agora se opunham, mas que foi reivindicada por vários setores, incluídos membros do comitê que a redige.
“Uma vez que a Constituição tenha sido emendada, procederemos imediatamente com o referendo”, disse o general Prayuth Chan-ocha, que preside tanto a junta como o Executivo, segundo o site “Khaosod”.
“Nosso dever é fazer com que a lei permita este processo. No que se refere ao processo mesmo, disso se encarregarão as agências competentes. O referendo será responsabilidade da comissão eleitoral”, acrescentou.
O vice-primeiro-ministro, Wissanu Krea-ngam, disse que o referendo obrigará a atrasar em pelo menos 90 dias as eleições que segundo o roteiro da junta deveriam ser realizadas no começo do ano que vem.
Wissanu situou sua possível realização a partir de agosto de 2016, segundo o jornal “Bangcoc Post”.
O presidente da Assembleia Nacional, Surachai Liangboonlertchai, disse que as mudanças legais para permitir o referendo deverão incluir também os passos a seguir caso a nova carta magna seja rejeitada.
Após o golpe estado de 22 de maio do ano passado, a junta militar derrogou a Constituição aprovada em 2007, justo depois da anterior levante contra o então primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra.
Vozes críticas à junta denunciam que a nova Constituição persegue evitar a volta ao poder do movimento político liderado por Thaksin, que graças ao apoio que conta por suas políticas populistas, ganhou todas as eleições no país desde 2001.EFE
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