Junta militar da Tailândia levanta toque de recolher em todo país

  • Por Agencia EFE
  • 13/06/2014 13h13

Bangcoc, 13 jun (EFE).- A junta militar que rege a Tailândia levantou nesta sexta-feira o toque de recolher em todo o país que permanecia imposto desde que o Exército tomou o poder em um golpe de Estado em 22 de maio.

“Como a situação melhorou e não foram reportados incidentes que possam levar à violência (…) e a fim de melhorar o turismo, o toque de recolher é levantado em todas as províncias onde permanecia”, disse em comunicado do Conselho Nacional para a Paz e a Ordem, como é conhecida formalmente a junta militar.

O anúncio do fim da medida foi emitido justo depois que o chefe do Exército, o general Prayuth Chan-ocha, anunciou que os militares estavam “considerando” levantar o toque de recolher durante o discurso semanal no qual se dirige a seus concidadãos.

A proibição de circular nas ruas -entre meia-noite e as quatro da madrugada- tinha sido levantada previamente em mais de 20 províncias, mas seguia vigente no resto do país, incluindo a capital, Bangcoc.

A junta militar decidiu começar a relaxar as restrições há mais de uma semana após as queixas dos empresários pelos danos que o toque de recolher causa ao turismo, que representa 7,3% do PIB do país.

Prayuth pediu nesta sexta-feira aos tailandeses, em um discurso de quase uma hora de duração, “mais tempo” para realizar as reformas necessárias que corrigir “os muitos problemas” que tem o país.

O general indicou que antes do mês de setembro, será criada uma assembleia legislativa e para outubro deve estar conformado o futuro Gabinete que acometa um processo de reformas políticas, econômicas e sociais na Tailândia.

Prayuth reiterou o plano em três fases previsto pelos militares, que prevê primeiros três meses para a “reconciliação” e a redação de uma Constituição provisória, e um período de reformas políticas de pelo menos um ano antes de concluir com a convocação das eleições.

Os militares justificam o golpe como necessário para “defender” a democracia da corrupção e a “ditadura parlamentar” do governo.

O plano dos militares, que não fixaram nenhuma data para a convocação de eleições, coincide com as reivindicações dos manifestantes que desde outubro e durante seis meses assediaram o governo deposto com protestos populares que deixaram 28 mortos.

Esses manifestantes, que contam com o apoio da elite burocrática e círculos monárquicos de Bangcoc, reivindicavam uma reforma do sistema político que consideravam a serviço do ex-primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, deposto no anterior golpe militar em 2006.

Thaksin e suas plataformas políticas ganharam todas as eleições desde 2001 graças ao apoio da população rural do norte do país e classes pobres da capital que se beneficiaram com suas políticas populistas.

Os militares tailandeses protagonizaram 19 tentativas golpistas, das quais consumaram 12 com sucesso, desde o fim da monarquia absoluta em 1932.EFE

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