Junta militar promete eleições para final de 2015 na Tailândia

  • Por Agencia EFE
  • 30/05/2014 15h35

Bangcoc, 30 mai (EFE).- O chefe da junta militar que assumiu o governo na Tailândia, o general Prayuth Chon-ocha, defendeu nesta sexta-feira o golpe de Estado do passado dia 22 e adiantou que as eleições previstas deverão ser realizadas no último trimestre de 2015, “talvez antes ou um pouco mais tarde”.

Em mensagem televisionada à nação, Prayuth anunciou que formará um governo interino no próximo mês de outubro e que a realização das eleições dependerá da reconciliação das forças políticas tailandesas e da crise que o país arrasta há anos.

O militar pediu paciência à comunidade internacional enquanto a junta militar reforma o sistema político para as próximas eleições.

Prayuth defendeu as medidas adotadas desde que assumiu o poder, tais como a censura, as detenções, a proibição de manifestações e o toque de recolher, e apontou que as mesmas se mostravam necessárias para separar os envolvidos na crise e frear o círculo de violência.

“Com este mesmo objetivo, estamos efetuando mudanças e fazendo nomeações na polícia e nos governos provinciais”, completou o general.

O general assegurou que nenhuma das 270 pessoas convocadas pela junta militar para prestar depoimento permaneceu mais de sete dias detida e garantiu que as mesmas não sofreram nenhum tipo de tortura, intimidação ou qualquer outra violação dos direitos humanos.

Segundo Prayuth, as detenções têm o objetivo de “acalmar” às pessoas envolvidas nas manifestações dos últimos meses.

Os detidos, quando recuperam a liberdade, ficam comprometidos a não falar de política em público e a pedir permissão caso queiram se deslocar para fora da cidade onde vivem.

Um exemplo dessa “redenção” citada pelo general foi o do “camisa vermelha” Suporn Attawong, conhecido entre seus seguidores como “Rambo Isarn”, que anunciou sua retirada da política após readquirir a liberdade.

Os “camisas vermelhas” foram os protagonistas das manifestações de 2009 e 2010, além de ter defendido parte do governo deposto.

O chefe da junta militar informou que o orçamento deste ano será aprovado e, na sequência, formará o novo governo.

Os fundos para o bom funcionamento da Administração começarão a ser desembolsados imediatamente, disse o general, que explicou que a junta revisará os projetos grandes impulsionados pelo Executivo deposto, garantindo os compromissos assumidos pela Tailândia com o desenvolvimento da rede ferroviária.

Segundo Prayuth, a Tailândia faz parte da comunidade de países democráticos e voltará a conviver com a democracia, mas antes precisa reformar o sistema para torná-lo mais justo.

A Tailândia arrasta uma grave crise política desde o golpe militar que derrubou Thaksin Shinawatra em 2006, fato que desencadeou grandes manifestações contra o governo, como as que ocuparam as ruas de Bangcoc no final do ano passado, que terminou com um saldo de 28 mortos e mais de 800 feridos. EFE

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