Justiça argentina mantém promotora que investiga morte de Nisman

  • Por Agencia EFE
  • 08/04/2015 12h11

Buenos Aires, 8 abr (EFE).- Uma juíza argentina rejeitou nesta quarta-feira a solicitação de recusa da promotora que investiga a morte de Alberto Nisman, interposta pela ex-mulher do falecido procurador, que considera que “a mesma se aferra à hipótese de suicídio” e não é neutra, informaram fontes da promotoria.

A juíza que instrui a causa, Fabiana Palmaghini, ratificou Viviana Fein para que siga à frente da investigação e confirmou a convocação da junta médica ordenada pela promotora, segundo as mesmas fontes.

A decisão foi adotada depois que na terça-feira Palmaghini recebeu em audiência Fein e a ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, que atua como querelante em representação das duas filhas que teve com Nisman, para estudar a solicitação de recusa.

Fein informou, em comunicado, que a investigação sobre a morte de Nisman, encontrado com um disparo na cabeça em seu domicílio em 18 de janeiro após denunciar a presidente argentina, se centra agora na análise dos utensílios de Diego Lagomarsino, o colaborador informático do procurador e o único acusado no caso por emprestar a arma que tirou sua vida.

A promotora quer analisar “manchas achadas nas roupas, sapatos e outros objetos sequestrados no domicílio de Diego Lagomarsino”, segundo o comunicado.

Além disso, Fein anunciou que a mãe de Nisman, Sara Garfunkel, prestará uma breve declaração testemunhal de novo.

Sandra Arroyo Salgado, que assegura que Nisman foi assassinado, denunciou publicamente supostas irregularidades e erros na direção da investigação liderada por Fein, que é acusada de falta de neutralidade e objetividade e de se aferrar à hipótese de suicídio.

A relação entre Salgado e Fein foi tensa desde o começo da investigação e a magistrada fez públicas suas diferenças sobre a investigação oficial que, até o momento, não encontrou provas conclusivas sobre a morte de Nisman.

A promotora Fein assegura que, a partir das provas recolhidas, não pode se inclinar pela hipótese do suicídio ou a de assassinato.

Os resultados das perícias encomendadas por Fein têm claras diferenças com relação às conclusões de peritos contratados por Salgado que passam inclusive pela hora e a data da morte.

Nisman, promotor especial da causa que investiga o atentado contra uma organização judia perpetrado em 1994, foi encontrado morto quatro dias após denunciar a presidente argentina, Cristina Kirchner, e outros altos funcionários por suposta encoberta dos iranianos acusados da agressão. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.