Justiça argentina ordena professores a retornarem às salas de aula

  • Por Agencia EFE
  • 27/03/2014 21h43

Buenos Aires, 27 mar (EFE).- A Justiça da Argentina ordenou nesta quinta-feira que os docentes da província de Buenos Aires, que concentra 3,5 milhões de estudantes, parem a greve que realizam há 16 dias para reivindicar aumento salarial, e pediu ao governo portenho para continuar negociando, informou a imprensa local.

A medida foi adotada por Vicente Santos Atela, juiz do Tribunal Civil e Comercial de La Plata, que efetivou o pedido de liminar apresentado pela Defensoria Pública.

No sábado passado outro juiz de La Plata, capital da província de Buenos Aires, ordenou aos professores que voltassem às salas de aula imediatamente, mas os sindicatos descartaram por ter sido ditada por um juiz de guarda.

O caso passou a Atela, que opinou que sejam adotadas “as medidas necessárias a fim de garantir a efetiva prestação do serviço educativo e o início do ciclo letivo de forma imediata”.

Além disso, em sua resolução, o juiz pediu ao governo local que “assegure a continuidade das negociações paritárias com os sindicatos, à qual deverão atender obrigatoriamente as partes em conflito até a resolução definitiva”.

Da mesma maneira opina que o executivo provincial “se abstenha de descontar dos docentes os dias de greve transcorridos”.

Por enquanto, os sindicatos não se manifestaram sobre a nova medida. No entanto, o chefe de gabinete da província, Alberto Pérez, confirmou que convocará os docentes para uma nova reunião para tentar destravar o conflito.

Na semana passada, perante o fracasso das negociações, o executivo provincial concedeu unilateralmente uma alta salarial de 30,9%, mas os docentes, que exigem um aumento de 35%, asseguram que esse aumento só beneficia um quinto dos educadores, enquanto para a maioria a melhoria real é de apenas 20%.

Os 16 dias de greve no início do atual ano letivo já superam a quantidade de dias da greve ocorrida em 2013, a maior em dez anos.

As negociações salariais do setor educativo são umas das mais conflituosas da Argentina, porque servem como referência para os demais sindicatos. EFE

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