Justiça boliviana prende advogado de ex-promotor que fugiu para o Brasil

  • Por Agencia EFE
  • 16/03/2014 16h03
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La Paz, 16 mar (EFE).- A Justiça boliviana pediu a prisão preventiva de Moisés Ponce de León, advogado do ex-promotor Marcelo Soza, que fugiu nesta semana para o Brasil, onde já pediu refúgio.

A juíza Valeria Salas ordenou a detenção preventiva de Ponce de León na prisão de Palmasola, em Santa Cruz de la Sierra, em uma audiência realizada no sábado nesta cidade, informa um comunicado da Procuradoria Geral do Estado.

O advogado é acusado de extorsão dentro do chamado “caso terrorismo”, no qual são julgados os responsáveis de um suposto complô separatista organizado em 2009 em Santa Cruz para atentar contra o presidente boliviano, Evo Morales.

O procurador-geral, Ramiro Guerrero, informou que a promotora atribuída a esse caso apresentou provas e testemunhas que demonstraram que Ponce de León teria cobrado US$ 68 mil a diferentes pessoas, segundo o comunicado do Ministério Público.

“Nossos promotores em Santa Cruz demonstraram que existiram riscos processuais de perigo de fuga e obstaculização, motivo pelo qual agora está detido preventivamente na prisão de Palmasola, à espera de um julgamento”, declarou Guerrero.

A embaixada do Brasil na Bolívia confirmou que o ex-promotor Soza se encontra no Brasil desde a segunda-feira passada, à espera que o Comitê Nacional de Refugiados avalie seu caso.

O caso do suposto complô contra Morales explodiu em abril de 2009 em Santa Cruz, com uma operação policial na qual morreram o croata-húngaro-boliviano Eduardo Rózsa, o romeno Magyarosi Arpak e o irlandês Dwayer Michael Martin.

Na mesma operação foram detidos o húngaro Elöd Tóásó e o croata-boliviano Mario Tadic, acusados de fazerem parte desse grupo que Soza e o governo qualificaram de “terrorista”.

Os promotores do caso e o Executivo afirmam que os acusados tinham planejado em 2009 matar o presidente Morales e promover a separação do departamento de Santa Cruz, mas os acusados alegam que tudo foi uma farsa para perseguir opositores.

Soza renunciou em março de 2103, depois que a oposição publicou uma gravação na qual supostamente ele fazia revelações sobre corrupção no sistema judiciário boliviano.

Também apareceram fotografias suas com advogados acusados de extorsão pelo governo.

A Procuradoria Geral da Bolívia solicitou à Interpol a busca e extradição de Soza, enquanto Morales tachou publicamente o ex-promotor de “corrupto” e “delinquente confesso”. EFE

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