Justiça concede prisão domiciliar a opositor venezuelano Daniel Ceballos

  • Por Agencia EFE
  • 11/08/2015 21h57
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Caracas, 11 ago (EFE).- O opositor venezuelano Daniel Ceballos, preso há mais de um ano por rebelião e formação de quadrilha, recebeu nesta terça-feira uma medida de prisão domiciliar por motivos de saúde, informou sua esposa, Patricia Gutiérrez.

“Nos citaram hoje para uma audiência em que o Ministério Público solicitou à juíza do Tribunal 15º de Justiça a medida cautelar de prisão domiciliar para o meu marido por razões de saúde”, disse ela à Agencia Efe.

A também prefeita de San Cristóbal afirmou que Ceballos “está bem” e que o tribunal decidiu que ele deve cumprir a medida no apartamento onde ela e os filhos se hospedavam em Caracas quando iam visitá-lo.

Entre maio e junho, Ceballos fez uma greve de fome de 20 dias para reivindicar, entre outros aspectos, a libertação daqueles que ele considera que “presos políticos” e a fixação de uma data para as eleições parlamentares. O jejum, interrompido após conseguir resultados parciais a seus pedidos, o fez perder mais de dez quilos e a ter problemas renais.

O MP disse hoje que o promotor que trabalha no caso “efetuou o pedido de acordo com o estabelecido no número 1º do artigo 242 do Código Orgânico Processual Penal”.

Segundo Patricia, seu marido esteve presente na audiência de hoje e, após a decisão do tribunal, foi levado de volta a sua cela na sede de Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) para começar o processo de aplicação da medida. Para ela, a determinação é um “alívio” e “mostra que com uma simples ordem política a liberdade pode vir”.

Ela e os integrantes da opositora Mesa da Unida Democrática (MUD), da qual Ceballos faz parte, defendem que o ex-prefeito é um “preso político” do governo.

“Quando ele sair, tenho certeza que terá uma mensagem muito importante que dar ao país e ao mundo”, afirmou Patricia, que destacou que “até agora” Ceballos não tem qualquer restrição para usar as redes sociais.

Ceballos foi detido em março de 2014 e condenado a 12 meses de prisão por desacato a uma liminar do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) por não cumprimento de uma sentença que lhe obrigava a impedir a colocação das barricadas que grupos que protestam contra as políticas governamentais instalaram no município.

Após cumprir essa pena, o TSJ informou que ele continuaria preso por formação de quadrilha, acusação relacionada também aos protestos antigovernamentais que o país viveu no primeiro semestre daquele ano e que deixaram, segundo números oficiais, 43 mortos. EFE

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