Justiça da Tailândia concede liberdade condicional à ex-primeira-ministra
Bangcoc, 19 mai (EFE).- A Suprema Corte da Tailândia concedeu nesta terça-feira a liberdade condicional à ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, acusada de negligência em relação com a corrupção e com as perdas no programa de subsídios ao arroz.
Yingluck, que compareceu à primeira audiência do julgamento cercada por uma centena de simpatizantes, se declarou inocente das acusações e pediu que não houvesse influências externas nas decisões do tribunal.
A Suprema Corte determinou que a ex-chefe de governo não poderá deixar o país sem pedir permissão e que deverá comparecer a todas as audiências do julgamento, a não ser que apresente uma justificativa para o contrário, que prosseguirá nos dias 21 e 28 de julho, para analisar as provas e ouvir testemunhas.
Yingluck, primeira-ministra entre 2011 e 2014, impulsionou o programa de subsídios durante seu mandato com o objetivo de garantir o preço do arroz através da compra direta do grão junto aos produtores.
O governo da ex-primeira-ministra estocou o arroz comprado, à espera de um aumento no preço, mas o grão acabou se desvalorizando no mercado internacional e a Tailândia perdeu a liderança como principal exportador mundial dessa commodity.
A Comissão Anticorrupção afirma que o subsídio ao arroz causou perdas de cerca de 600 bilhões de bahts (US$ 18,3 bilhões), fomentou a corrupção e prejudicou os agricultores pelo atraso dos pagamentos prometidos.
Em janeiro do ano passado, a Assembleia Nacional, escolhida a dedo pelos militares golpistas, desabilitou Yingluck para qualquer atividade política durante cinco anos, após também acusá-la de negligência em relação ao programa de subsídios.
A Corte Suprema aceitou a acusação da procuradoria no dia 19 de março e iniciou o processo contra a ex-primeira-ministra.
Outras 21 pessoas foram acusadas de corrupção pela procuradoria por relação com o plano de subsídios e podem ser condenadas à prisão perpétua e a pagar multas milionárias, segundo o jornal “Bangkok Post”.
O grupo de acusados é formado pelo ex-ministro do Comércio Boonsong Teriyapirom, outros dois membros do governo de Yingluck, três funcionários e 15 empresários, um dos quais foi condenado a seis anos por desviar 20 mil toneladas de arroz.
Yingluck foi deposta há um ano em uma polêmica sentença do Tribunal Constitucional por abuso de poder, duas semanas antes de o Exército tomar o poder em um golpe de Estado. EFE
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