Justiça de Minas embarga início da retirada de escombros de viaduto
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) embargou, por tempo indeterminado, o início da retirada dos escombros do viaduto que, na última quinta-feira (3), desabou sobre uma importante avenida de Belo Horizonte.
Ontem (5) à noite, a Construtora Cowan, responsável pelas obras necessárias à instalação do chamado sistema BRT (do inglês Transporte Rápido por Ônibus) de Belo Horizonte, chegou a anunciar que havia sido autorizada pelos órgãos competentes a iniciar os trabalhos para desobstruir a Avenida Pedro I, o que seria feito entre as 8h e as 22h. A assessoria da Defesa Civil, contudo, negou que o local já tivesse sido liberado. Todo o maquinário necessário para perfurar, partir e remover os blocos de concreto já está disponível.
Previsto para ser entregue em junho, o Viaduto Guararapes estava em fase de acabamento e deveria ser concluído no fim deste mês. No início de fevereiro, outro viaduto do mesmo complexo de obras para a instalação do sistema de transporte rápido por ônibus, o Montesi, teve que ser interditado devido a um problema estrutural – parte do viaduto em construção se deslocou lateralmente, cerca de 30 centímetros em relação à estrutura. Após o acidente, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura anunciou que todos os viadutos que fazem parte do complexo arquitetônico passarão por novas inspeções.
O BRT é uma das obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana. O empreendimento custou R$ 713 milhões, dos quais R$ 311 milhões são recursos federais disponibilizados por meio do PAC. O projeto de engenharia custou R$ 5,1 milhões, pagos pela prefeitura.
Em notas divulgadas após o acidente, a Cowan garantiu que todos os procedimentos e material utilizado passaram pelos testes obrigatórios sem apresentar qualquer problema, atendendo a todas as normas vigentes. A construtora também descartou qualquer relação entre a queda do Viaduto Guararapes e a interdição do Montesi. E informou que colocou uma equipe de psicólogos, médicos e assistentes sociais à disposição das vítimas que sobreviveram ao acidente e aos parentes dos mortos e feridos, além de ter contratado peritos para avaliar as causas do acidente. Os resultados devem ser apresentados em até 30 dias.
A Defesa Civil reuniu-se com moradores do entorno do viaduto, estabeleceu uma comissão para o acompanhamento dos trabalhos e irá monitorar diariamente a segurança das edificações da vizinhança.
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