Justiça decreta prisão provisória a acusados de ajudar Coulibaly em atentado

  • Por Agencia EFE
  • 21/01/2015 10h47
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Paris, 21 jan (EFE).- A Justiça da França decretou prisão provisória aos quatro homens acusados de terem auxiliado o terrorista Amedy Coulibaly, que matou cinco pessoas entre os dias 8 e 9 de janeiro em Paris.

O promotor de Paris, François Molins, explicou nesta quarta-feira em entrevista coletiva que os quatro homens, entre 22 e 28 anos, foram acusados de terrorismo com fins criminosos.

Até o momento não há provas que permitam persegui-los por cumplicidade, ou seja, que não se considera que participaram diretamente nos atentados de Coulibaly, comentou Molins.

Três deles, identificados como Willy P., Christophe R. e Tonino G., tinham ido em dezembro a diversos depósitos de armas de Paris e dos arredores para comprar o material que Coulibaly guardava em sua residência ou no mercado judeu de Paris, onde assassinou quatro pessoas antes de ser morto no dia 9 de janeiro.

O quarto, Michael A., além da acusação de terrorismo, é acusado de porte ilegal de armas porque seu DNA estava em uma pistola e em um revólver que Coulibaly tinha em casa e também em um dos itens encontrados no mercado “Hyper Cacher”.

Todos exceto Tonino G. já tinham passagens pela polícia por casos de crime comum. Inclusive, Michael A. e Coulibaly se conheceram na prisão.

O promotor relatou que três homens estavam presentes quando o terrorista comprou um Renault Mégane com o qual supostamente se locomoveu até o mercado judeu onde sequestrou os clientes. O veículo foi encontrado nas proximidades.

Os investigadores continuam em busca de uma moto, cujas chaves estavam com Coulibaly ao ser morto, e da qual também tinha um localizador em sua residência em Gentilly, que só ocupava desde 4 de janeiro e onde suspeita-se que gravou pelo menos uma parte do vídeo de reivindicação.

Molins disse que também se relaciona com o terrorista a tentativa de assassinato de um corredor em Fontenay-aux-Roses, nos arredores de Paris, na tarde do dia 8 de janeiro, horas antes de Coulibaly matar em Montrouge, ao sul da capital, uma policial junto a uma escola judia.

O promotor detalhou que as balas utilizadas para atingir o corredor de Fontenay-aux-Roses, que segundo investigadores poderia ter sido “um treino” para as ações posteriores, foram disparadas por uma das armas de Coulibaly.

Segundo a “BFM TV”, Coulibaly tinha dito a alguns desses homens que sua companheira Hayat Boumeddiene estava grávida e que ele só teria a oportunidade de conhecer o filho no céu, dando a entender que morreria a curto prazo.

O terrorista acompanhou Boumeddiene até Madri, onde embarcou em um voo para Istambul no dia 2 de janeiro. Uma vez na Turquia, a mulher entrou clandestinamente na Síria no dia 8.

Molins disse que a Justiça francesa vai continuar a colaborar com esse caso com Turquia, Espanha e Bélgica devido às ramificações nesses países.

No caso da Espanha, comentou que são buscadas possíveis cumplicidades de Coulibaly em seu deslocamento a Madri.

Antes de viajar à Espanha, Coulibaly havia sido parado pela polícia em uma blitz em Paris junto à mulher no carro alugado com o qual se foram a Madri, revelou nesta quarta-feira o “Le Canard Enchaîné”.

O guarda de trânsito que pediu os documentos do casal verificou que Coulibaly estava fichado pelo serviço antiterrorista, mas após passar a informação aos superiores decidiu não detê-lo e nem sequer inspecioná-lo. O objetivo era obter o máximo de informação, mas sem levantar suspeitas. EFE

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