Justiça do Irã confirma pena de 10 anos a filho de ex-presidente Rafsanjani

  • Por Agencia EFE
  • 12/06/2015 12h23

Teerã, 11 jun (EFE).- A Justiça do Irã confirmou nesta sexta-feira a condenação a 10 anos de prisão por crimes contra a segurança, suborno e desvio para Mehdi Hashemi, filho do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani.

O porta-voz do Ministério da Justiça iraniana, Mosen Ejei, citado pela agência oficial “Irna”, disse que a revisão solicitada por Hashemi, condenado em agosto por um Tribunal Revolucionário foi rejeitada pelas autoridades.

O julgamento de Hashemi foi realizado a portas fechadas em um tribunal que habitualmente julga delitos contra a segurança do Estado.

Rafsanjani é uma das maiores figuras políticas do movimento reformista moderado, a que também pertence o atual presidente iraniano, Hassan Rohani, e deu seu apoio ao Movimento Verde que surgiu após as eleições de 2009 em protesto pela vitória do conservador Mahmoud Ahmadinejad, consideradas fraudulentas por muitos cidadãos.

Seu filho Hashemi, de 45 anos, foi detido pelas autoridades iranianas em 24 de setembro de 2012, horas depois de chegar a Teerã vindo de Londres, onde viveu exilado voluntariamente após os distúrbios pós-eleitorais, que terminaram com dezenas de mortos e milhares de detidos.

Faezeh Hashemi, filha do ex-presidente, também passou seis meses presa em 2011, condenada por fazer propaganda contra o regime islâmico.

Ela participou dos protestos liderados pelos candidatos reformistas Mir Hussein Moussavi e Mehdi Karrubi contra os resultados eleitorais de 2009.

Ambos estão em prisão domiciliar, incomunicáveis, e sem julgamento desde fevereiro de 2011.

Rafsanjani, presidente do Irã entre 1989 e 1997, ocupa atualmente a presidência do Conselho de Discernimento, organismo encarregado de mediar a relação entre órgãos políticos e religiosos na República Islâmica e tem uma destacada presença na agenda política do país.

No Irã, o Poder Judiciário é controlado diretamente pelo líder supremo da República Islâmica, Ali Khamenei, e é operado por juízes que também são clérigos xiitas, a grande maioria de tendência conservadora. EFE

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