Justiça do Trabalho proíbe Santa Casa de fazer novas demissões de médicos
A Justiça do Trabalho determinou nesta quarta-feira, 14, que a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo não pode demitir médicos até esta quinta, 15, quando será realizada uma audiência de conciliação entre a entidade e o sindicato que representa a categoria. O processo de demissão, que vai atingir 184 médicos, teve início nessa terça, 13, e vai afetar 1.397 funcionários no total.
A decisão foi do desembargador Wilson Fernandes, que é vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. “Os médicos não fizeram acordo e estão pedindo a suspensão das demissões e a reintegração dos dispensados. Quero ouvir o que a Santa Casa tem a dizer sobre isso. A minha preocupação é que essas dispensas gerem contratação de servidores terceirizados, o que resulta na precarização da profissão.”
Fernandes diz que, após a audiência, vai definir se a liminar será estendida e qual pode ser o novo prazo ou se sindicato e entidade vão entrar em um acordo.
Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Eder Gatti diz que não sabe quantos profissionais já foram desligados
“A maioria dos médicos foi demitida ontem. Não sei precisar quantos desses 184 serão beneficiados pela liminar. A ideia é levar a questão para a Justiça do Trabalho e revisar essa situação. Nosso objetivo é reverter as demissões.”
Gatti diz que o sindicato está aberto a negociações e que a próxima assembleia, que será realizada na sexta, 16, tem entre as pautas a possibilidade de realização de uma greve. “Pautamos a paralisação para a próxima assembleia, mas nosso objetivo é que isso não aconteça.”
A Santa Casa enfrenta a maior crise de sua história e contabiliza uma dívida de R$ 800 milhões.
Por meio da assessoria, a Santa Casa informou que vai aguardar o resultado da audiência para se posicionar sobre o assunto.
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