Justiça dos EUA acusa milionário por assassinato de escritora

  • Por Agencia EFE
  • 16/03/2015 23h51
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Los Angeles, 16 mar (EFE).- As autoridades de Los Angeles acusaram formalmente nesta segunda-feira o milionário Robert Durst de assassinar a escritora Susan Berman, morta no ano 2000 com um tiro na cabeça, segundo a documentação divulgada pelo escritório do procurador do condado.

Durst, de 71 anos, enfrenta agora uma acusação por assassinato que poderia condená-lo à pena de morte. Segundo a procuradoria, Durst atirou em Berman em sua casa de Los Angeles porque a mulher tinha sido testemunha de um crime.

Berman morreu antes de contar aos investigadores o que sabia sobre o desaparecimento de Kathleen McCormack, esposa de Durst, que está em paradeiro desconhecido desde 1982.

Durst foi detido no sábado em Nova Orleans a pedido das autoridades de Los Angeles e nesta manhã os tribunais da Louisiana deram sinal verde a sua transferência a essa cidade californiana para responder às novas evidências que lhe apontam como responsável da morte de Berman.

O excêntrico milionário esteve no ponto de mira da Justiça durante mais de três décadas nas quais foi apontado como suspeito de várias crimes sangrentos.

McCormack desapareceu sem deixar rastro em 1982 após manifestar seu desejo de divorciar-se de Durst, em um caso que ficou sem resolução.

No ano 2000, Berman, que até então tinha se declarado sempre a favor de Durst, apareceu morta com tiro na cabeça pouco antes que a polícia a interrogasse sobre o que aconteceu com McCormack, após a reabertura dessa investigação.

No ano seguinte, Durst foi acusado de matar e posteriormente esquartejar seu vizinho em uma cidade do Texas, cujo corpo destroçado apareceu flutuando no mar.

Durst foi julgado e perdoado por um júri que determinou que tinha atuado em legítima defesa após uma briga com a vítima.

Os entreveros de Durst com a Justiça foram reunidos no documentário “The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst”, um programa da emissora “HBO” dirigido por Andrew Jarecki e proposto pelo próprio Durst, desejoso que alguém lhe deixasse contar sua história.

A transmissão do documentário terminou no domingo passado e incluiu declarações de Durst nas quais ele fala consigo mesmo quando está no banheiro enquanto o microfone segue gravando. “O que diabos eu fiz? Eu matei a todos”, se escuta Durst dizer em um momento no qual está sozinho.

Jarecki disse hoje em entrevista ao programa “CBS This Morning” que o testemunho de Durst era autêntico e que ele não tinha razões para duvidar de sua veracidade.

A equipe do documentário não se deu conta dessas declarações feitas em 2012 até meses depois, durante o processo de edição.

Jarecki disse ainda que a gravação foi revelada às autoridades muito tempo antes da estreia do documentário.

Durst é um dos herdeiros de uma próspera família nova-iorquina que enriqueceu com o negócio imobiliário, embora em 1994 seu pai tenha escolhido seu irmão menor Douglas para gerenciar a empresa familiar. EFE

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