Justiça indicia Cristina Kirchner por supostas irregularidades no BC
A Justiça da Argentina determinou nesta sexta-feira (13) o indiciamento da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) em uma causa que investiga supostas irregularidades em contratos de venda futura de dólar no Banco Central na parte final de seu mandato, segundo informaram fontes judiciais.
O juiz Claudio Bonadio ditou o indiciamento da ex-presidente pelo crime de “administração infiel em prejuízo da administração pública, no marco da causa do dólar futuro”, detalhou o Centro de Informação Judicial (CIJ).
O indiciamento ocorre após um mês de seu depoimento. Segundo o juiz, as operações do Banco Central não poderiam ter sido concretizadas sem o aval do Ministério da Economia e do Executivo.
Além de Kirchner, também foram processados o ex-ministro Axel Kicillof e o então chefe do BC, Alejandro Vanoli.
Para Bonadio houve suposta fraude na venda de dólares futuros com preço mais baixo que o estipulado. isso obrigou o Estado a pagar uma diferença aos consumidores quando, posteriormente, o peso se desvalorizou.
Em abril, a ex-presidente da Argentina se negou a depor e compareceu ao tribunal apenas para se declarar vítima de perseguição política. Kirchner, com um discurso inflamado, se reuniu com militantes em ato no qual atacou a Justiça, a mídia, o governo sucessor ao seu – de Mauricio Macri – e propôs a “Frente Cidadã”, que poderia ter como objetivo uma candidatura nas próximas eleições legislativas.
Em seu discurso, a ex-presidente reagiu às críticas e disse que não tinha nada a esconder. “Eles podem me chamar (para depor) 20 vezes. Eles podem me prender, mas eles não vão me impedir de falar o que eu penso”, disse ela a milhares de espectadores.
A ex-mandatária ainda é investigada por uma série de casos envolvendo negociações com sócios durante seu Governo. Ela e seu filho, Máximo, foram acusados de aceitarem subornos em atividades criminosas investigadas no âmbito do caso Los Sauces.
Cristina Kirchner é alvo neste caso de Los Sauces de pedidos de investigação por, supostamente, receber propina de empresários.
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