Justiça investiga assassinato de líder Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul
São Paulo, 6 nov (EFE).- A justiça investiga o assassinato de uma importante líder indígena no Mato Grosso do Sul que tinha recebido ameaças de fazendeiros locais, informou nesta quinta-feira o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
A líder da tribo Guarani-Kaiowá, Marinalva Manoel, de 27 anos, foi encontrada morta no sábado na cidade de Dourado e a autópsia confirmou que recebeu 15 punhaladas por todo o corpo.
Semanas antes de seu assassinato a jovem tinha viajado para Brasília para participar de uma manifestação contra a decisão do Supremo Tribunal Federal de anular um processo referente à demarcação das terras indígenas Guyraroká, no município de Caarapó, a 800 quilômetros de Cuiabá.
Os indígenas denunciaram a relação “diretamente proporcional entre a tomada de decisões que geram retrocessos aos direitos constitucionais” de seus povos nos três poderes da Nação e “o aumento da violência direta e indireta praticada pelos fazendeiros contra os povos autóctones”, informou a Comissão Pastoral da Terra.
De acordo com o Cimi, um dos principais suspeitos do crime é o marido de Marinalva, Manoel, que, segundo o cacique local, tinha relação com os fazendeiros locais.
A população Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul, de 50 mil pessoas, é uma das que mais sofre com a violência contra índios.
Segundo dados do Ministério da Saúde, dos 97 homicídios de indígenas registrados em 2013, 40% aconteceram no Mato Grosso do Sul. EFE
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