Justiça manda mulher de Neschling depor na CPI do Municipal
A Justiça de São Paulo autorizou, na última terça-feira, 30, que Patrícia Neschling, mulher do maestro John Naschling, seja conduzida coercitivamente para prestar depoimento aos vereadores na CPI do Teatro Municipal. Na decisão, a juíza Carla Santos Balestreri ressalta que ela deve ser ouvida como informante, sem o compromisso de dizer a verdade, e também poderá ficar em silêncio, caso algumas perguntas feitas pelos parlamentares comprometam o seu marido.
O maestro é investigado em dois processos, criminal e civil, por suspeita de participar de um esquema de corrupção na Fundação Theatro Municipal que causou prejuízo de pelo menos R$ 15 milhões aos cofres públicos entre 2013 e 2015. O diretor da fundação, José Luiz Herência, e o ex-diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC), William Nacked, são réus confessos e fecharam acordo de delação com o Ministério Público. O maestro nega todas as acusações e afirma que é inocente. A reportagem não localizou seus advogados.
Segundo o vereador Ricardo Nunes (PMDB), integrante da CPI, a decisão da Justiça vai ajudar as investigações ao esclarecer dúvidas. “Patrícia é sócia majoritária da PMM Produções Artísticas e Culturais, que é a empresa que recebia os pagamentos da Prefeitura. Queremos que ela explique como eram feitos esses repasses.” Patrícia foi convocada duas vezes para prestar esclarecimentos e não compareceu. Os parlamentares devem definir na sessão desta quarta-feira, 31, a data de depoimento.
Pelas investigações, o maestro recebia R$ 150 mil mensais por ser diretor artístico e também se contratava para concertos. A suspeita dos promotores é de que Neschling contratava artistas internacionais com cachês acima do padrão e, em troca, era contratado para se apresentar no exterior. Um produtor, Valentin Proczynski, faria a intermediação.
Outros acusados
O secretário de Comunicação, Nunzio Briguglio Filho, e o ex-secretário da Cultura Juca Ferreira também são investigados pelos promotores. Ambos negam qualquer participação no caso.
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