Justiça panamenha absolve tripulantes norte-coreanos, mas retém armas cubanas
Cidade do Panamá, 27 jun (EFE).- Um juiz panamenho absolveu nesta sexta-feira os três tripulantes de uma embarcação norte-coreana que foram detidos no Panamá no ano passado com armas cubanas não declaradas e ordenou a retenção do arsenal.
O juiz também ordenou a devolução das mais de 10 mil toneladas de açúcar sob as quais as armas foram descobertas pelas autoridades panamenhas, em um caso que envolveu o Conselho de Segurança da ONU.
A embarcação de bandeira norte-coreana foi detida pelas autoridades do Panamá em julho de 2013 sob a suspeita de que transportava drogas, mas durante a inspeção um arsenal foi encontrado. Cuba admitiu posteriormente que as armas eram suas e que estavam sendo enviadas para a Coreia do Norte para reparos, por se tratar de material “obsoleto”.
Um comunicado do Órgão Judicial panamenho detalhou nesta sexta-feira que a sentença ordena a “libertação imediata” do capitão do navio, Ri Yong Il, do primeiro oficial, Hong Yong Hyon, e do oficial político, Kim Yong Gol.
Os três norte-coreanos foram submetidos a uma audiência judicial no dia 4 de junho, na qual a Promotoria os acusou de crime contra a segurança coletiva.
A Justiça do país centro-americano também “absolveu” os outros 32 tripulantes da embarcação norte-coreana, que foram libertados no dia 30 de janeiro e deixaram o país duas semanas depois, a bordo do navio, que zarpou rumo a Havana.
O juiz ordenou a devolução dos mais de 200 mil sacos de açúcar sob os quais estava escondido o arsenal cubano e que Havana disse que havia vendido para a Coreia do Norte.
O magistrado também “ordenou que todo o material bélico apreendido na embarcação”, fosse confiscado, já que não foi feito o credenciamento devido de quem é seu legítimo proprietário, segundo a sentença.
Uma fonte judicial esclareceu para a Agência Efe que o “confisco” das armas implica em sua “retenção” e que as mesmas sejam colocadas à disposição do Tesouro Nacional, que deverá decidir que fazer com elas.
Por esse caso, o Panamá recorreu à ONU e, em agosto do ano passado, uma equipe de especialistas do Conselho de Segurança chegou ao país centro-americano para inspecionar o arsenal.
A equipe das Nações Unidas informou em um relatório preliminar que o caso representava uma violação das resoluções que impedem Pyongyang de importar ou exportar armamento de qualquer tipo, informou o Panamá no dia 28 de agosto.
A embarcação retornou ao Panamá procedente de Havana no início de maio e cruzou, sem problemas, o canal interoceânico com destino à Coreia do Norte, segundo informações oficiais. EFE
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