Justiça russa condena os cinco acusados do assassinato de jornalista

  • Por Agencia EFE
  • 20/05/2014 17h55

Moscou, 20 mai (EFE).- Um júri popular russo declarou culpados nesta terça-feira os cinco acusados de participar em outubro de 2006 do assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, uma das maiores críticas do Kremlin.

Os membros do júri do Tribunal Municipal de Moscou consideraram foi provado que o assassinato foi realizado pelo checheno Rustam Makhmudov, que teria disparado seis vezes contra ela na porta de sua casa na capital russa.

Além disso, eles respaldaram a versão da acusação, segundo a qual os organizadores do crime foram o tio de Makhmudov, Lom-Ali Gaitukaev; e o ex-policial, Sergei Jadzhikurbanov; segundo informam as agências locais. Os membros do júri também consideraram provada a culpa dos dois irmãos do assassino, Ibraguim e Dzhabrail Majmudov, como cúmplices no crime.

Só um dos membros do júri se negou a reconhecer Gaitukaev como culpado de organizar o grupo que se encarregou de matar Anna. Ela trabalhava no jornal “Novaya Gazeta” desde de 1999, e sua morte comoveu à Rússia.

A defesa afirmou que irá recorrer da decisão, enquanto a Promotoria deve apresentar amanhã ao júri a pena que considera justa.

A Promotoria russa reconheceu hoje que ainda desconhece a identidade do mandante do crime, mas que continua a busca.

Tanto a família de Anna, quanto a direção de seu jornal colocaram em dúvida que os acusados sejam os únicos organizadores do assassinato e criticaram a falta de transparência da investigação oficial.

O procurador-geral da Rússia, Yury Chaika, declarou que esclarecer o assassinato de Anna é “uma questão de honra”.

Em 2009, um júri popular havia absolvido por unanimidade os Dzhabrail e Ibraguim Majmudov e Sergei Jadzhikurbanov de qualquer envolvimento no assassinato.

Todos são acusados de assassinato, segundo o artigo 105 do Código Penal (assassinato por encomenda motivado pela atividade profissional da vítima), e posse ilegal de armas, acusações das que se declaram inocentes.

Outro policial, Dmitri Pavliuchenkov, já havia sido condenado a 11 anos de prisão como organizador do assassinato da jornalista.

Aparentemente, quando estava em serviço, Pavliuchenkov deu a ordem para que seus subordinados vigiassem à jornalista para conhecer sua rotina. Depois, comprou a arma com a qual o crime foi cometido e elaborou o plano do assassinato.

Anna, que nasceu em Nova York em 1958, morreu enquanto preparava um artigo sobre as torturas sistemáticas na Chechênia. Seu texto foi publicado pelos colegas do jornal cinco dias após sua morte. EFE

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