Juventude do PKK anuncia campanha de assassinatos de jihadistas na Turquia

  • Por Agencia EFE
  • 23/07/2015 12h47

Istambul, 23 jul (EFE).- A organização urbana e juvenil do Partido de Trabalhadores de Curdistão (PKK) na Turquia, conhecida pela sigla YDG-H, anunciou uma campanha de assassinatos de membros do Estado Islâmico (EI) na Turquia, em resposta ao massacre de Suruç, na segunda-feira, que deixou 32 mortos.

Em comunicado divulgado na noite de quarta-feira pelo Twitter, a YDG-H reivindicou o assassinato em Istambul de um homem que seria importante dentro da hierarquia do EI e prometeu continuar sua campanha de “castigo e execução” contra membros de redes jihadistas.

“Ontem (terça-feira), por volta de 11 da noite, as patrulhas de estrada da YDG-H puniram uma pessoa chamada Mürsel Gül, executando-o”, dizia o comunicado.

Segundo o texto as unidades do YDG-H acompanharam Gül durante três meses e chegaram à conclusão de que se tratava de um alto cargo do Estado Islâmico, e decidiram executá-lo para “cobrar contas” pelo massacre de Suruç, cometido por um membro das redes jihadistas turcas ligadas ao EI.

“Nosso trabalho contra membros do EI continua e identificamos alguns. Serão punidos com a execução”, advertiu o comunicado.

O jornal turco “Hürriyet Daily News” publicou, usando fontes policiais, que Gül realmente tinha vínculos com o EI e que tinha viajado várias vezes à Síria.

Já a agência semipública “Anadolu” disse que não havia tal relação e o jornal pró-governo “Sabah” assinalou que Gül foi assassinado “só por usar barba”.

Gül, um vendedor de produtos de limpeza de 45 anos, comemorou o massacre dos “infiéis” de Suruç em sua conta no Facebook, em que não faltaram mensagens a favor do EI, como pôde comprovar a Agência Efe.

Até agora, a cúpula do PKK não se pronunciou oficialmente sobre a advertência da YDG-H, que ameaça levar o conflito entre curdos e jihadistas para dentro do território turco.

Em discurso gravado ontem e transmitido nesta quinta-feira pela agência curda “Firat”, Muzaffer Ayata, do PKK, acusou o governo de “ter aberto a Turquia ao EI” e fez uma convocação para “resistir com mais força” ao que definiu como aliança do governo turco com jihadistas.

No entanto, não fez referência à campanha anunciada pela YDG-H nem confirmou a reivindicação do PKK, divulgada ontem pela mesma agência, do assassinato de dois policiais na cidade turca de Ceylanpinar, na fronteira com a Síria. EFE

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