Kerry: “A militar é apenas uma das dimensões da coalizão contra o EI”
Paris, 15 set (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, destacou nesta segunda-feira que a militar é apenas uma das dimensões da ação que está sendo preparada pela coalizão formada para combater os jihadistas do Estado Islâmico (EI).
Kerry afirmou que “mais importante” que o aspecto militar é o apoio às novas autoridades iraquianas, em coletiva de imprensa no final da conferência internacional sobre o EI, realizada em Paris.
O secretário de Estado colocou ênfase – segundo as declarações divulgadas por seu departamento – na transcendência do acordo dos 26 países presentes em Paris para impedir que os jihadistas consigam alistar pessoas para combater pelo EI na Síria, pois isso é mais simples do que enfrentar os mesmos no campo de batalha.
Também reiterou que há dois meses era praticamente imprevisível constituir uma coalizão, aliada com um governo iraquiano constituído em uma transição pacífica, contra esse grupo terrorista.
Perguntado sobre se há comunicação entre Washington e o regime sírio de Bashar al Assad, Kerry respondeu que deixou muito claro que os EUA não pensam em coordenar suas ações com os sírios, mas isso não exclui a utilização de canais para evitar “erros ou desastres”, em uma alusão a possíveis ações militares no território da Síria.
Sobre esse assunto, reforçou as palavras do presidente Barack Obama, que os EUA perseguirão o EI “onde quer que esteja, e isso inclui a Síria”.
O secretário de Estado não quis entrar em polêmica com as autoridades de Teerã, que afirmaram hoje que Kerry solicitou seu envolvimento na coalizão contra o EI, mas que a oferta foi recusada pelos iranianos.
Limitou-se a dizer que os EUA sempre estiveram abertos para dialogar a partir do momento em que for possível conseguir algo “construtivo”.
Especificou que essas discussões acontecem dentro das negociações sobre o programa nuclear iraniano com o G5+1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.
Quanto ao envolvimento preciso dos membros da coalizão, Kerry adiantou que não quer que cada um deles tenha um papel militar.
O secretário de Estado quis deixar claro que o que está sendo preparado agora “não é a Guerra do Golfo de 1991”, nem “a Guerra do Iraque de 2003”, pois não serão enviadas tropas de combate terrestre, o que ficará a cargo das forças iraquianas.
“Temos o apoio pleno e a colaboração do governo iraquiano. Essa é uma enorme diferença”, afirmou, antes de acrescentar que a coalizão foi criada para a eliminação do EI.
“Estamos lutando contra uma ideologia, não contra um regime”, ressaltou. EFE
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