Kerry afirma que EUA estão comprometidos a receber mais refugiados sírios
Washington, 9 set (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou nesta quarta-feira que seu país está decidido a receber mais refugiados sírios para responder à crise migratória que a Europa enfrenta, mas não deu números.
Kerry falou a respeito após se reunir com vários legisladores no Congresso para discutir a crise migratória na Europa, gerada pelas centenas de milhares de refugiados que fogem dos conflitos nos países do Oriente Médio, particularmente na Síria.
“Estamos olhando minuciosamente o número de refugiados que podemos tramitar”, comentou Kerry aos jornalistas ao término do encontro com os legisladores.
Segundo o secretário de Estado, “no momento apropriado” os Estados Unidos terão uma ideia exata de quantos refugiados adicionais poderão receber.
Os compromissos específicos anunciados nos últimos dias por países como Alemanha, França e Reino Unido aumentaram a pressão para que os Estados Unidos se envolvam na crise dos refugiados e ofereçam medidas concretas de apoio.
Desde que começou a guerra na Síria, há mais de quatro anos, os EUA receberam apenas 1.500 refugiados desse país, a maioria nos últimos meses.
O compromisso expressado até agora pelo governo americano era o de aceitar entre cinco mil e oito mil ano que vem.
A Casa Branca disse que o governo do presidente Barack Obama está considerando “ativamente” uma série de opções para responder à crise migratória, que incluem “o reassentamento de refugiados”.
“A situação está piorando”, admitiu ontem o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, que acrescentou que os Estados Unidos “vão continuar a considerar passos adicionais” pra ajudar a superar esta crise.
Os Estados Unidos são o maior doador bilateral de ajuda à Síria e, desde o começo do conflito, doaram mais de US$ 4 bilhões em assistência humanitária, de acordo com a Casa Branca.
Dessa assistência, cerca de US$ 1,9 bilhão foram “diretamente” para apoiar refugiados sírios nos países vizinhos.
Hillary Clinton, pré-candidata democrata à presidência também falou da crise de refugiados durante um discurso no Instituto Brookings, e pediu a convocação de uma reunião global “de emergência” em que a ONU possa tentar obter compromissos concretos de ajuda de cada país.
Todos os países, incluído os EUA, “têm que estar mais abertos e dispostos a receber refugiados”, afirmou a ex-secretária de Estado.
Já o magnata e pré-candidato republicano Donald Trump comentou em uma entrevista à “Fox” que os sírios estão “vivendo em um inferno e algo tem que ser fieto”, ao afirmar que os Estados Unidos deveriam receber alguns refugiados, mas sem dar números. EFE
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