Kerry diz que há entendimentos “fundamentais” com Rússia sobre a Síria

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 20h41

Washington, 29 set (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse nesta terça-feira que houve entendimentos em “princípios fundamentais” na reunião de ontem entre o presidente americano, Barack Obama, e o russo, Vladimir Putin.

Kerry afirmou em entrevista ao canal “MSNBC” que no encontro de 90 minutos entre Obama e Putin, que aconteceu paralelamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, houve “acordo de que a Síria deve ser um país unificado, unido e secular”.

Também que “deve acabar com o Estado Islâmico (EI) e que deve haver uma transição administrada”, explicou Kerry, que participou da reunião bilateral entre os presidentes.

O secretário de Estado anunciou que se reunirá amanhã com o ministro das Relações Exteriores russo, Seguéi Lavrov.

Putin argumenta que o presidente sírio, Bashar al Assad, é o líder legítimo do país e que a solução aos mais de quatro anos de conflito na Síria passa por “fortalecer as estruturas de governo efetivo”.

Segundo Kerry, o encontro entre Obama e Putin – o primeiro entre os dois em quase um ano, e que acontece enquanto Moscou aumenta sua presença militar na Síria – foi “construtivo” e em um ambiente “franco”.

O chefe da diplomacia americana considerou que as diferenças permancem nos objetivos e nas vias de solução que os dois países querem abordar na Síria.

Kerry, que reiterou que a transição política é a única via possível, disse que a Síria precisa de um líder que possa unificar a país após eliminar a ameaça jihadista, e que Assad não é esse líder: “com Assad não haverá paz”.

“É uma ficção pensar que Assad é o único que pode salvar a Síria”, acrescentou Kerry, que apontou que atualmente o governo sírio só controla entre 15% e 20% do território.

Por enquanto, o principal resultado da reunião entre Obama e Putin é o de habilitar canais para evitar incidentes durante as operações militares separadas da Rússia e as das forças da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

A Rússia enviou tropas e duas dúzias de caças no leste da Síria, enquanto os Estados Unidos operam missões aéreas para atacar posições do EI dentro da Síria, ao mesmo tempo em que treinam forças moderadas para que avancem em terra e eventualmente se estabeleçam como alternativa a Assad. EFE

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