Kerry pede que Lavrov aplique “imediatamente” o acordo sobre a Ucrânia

Washington, 18 abr (EFE).- O secretário de Estado de EUA, John Kerry, ligou nesta sexta-feira para o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, para insistir na necessidade da aplicação imediata do acordo alcançado na quinta-feira em Genebra sobre a crise ucraniana.

“Kerry pediu o cumprimento pleno e imediato da Declaração Comum de Genebra sobre a Ucrânia de 17 de abril publicada pelos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Ucrânia”, informou hoje um alto cargo do Departamento de Estado sob anonimato.

O funcionário indicou que o secretário de Estado “deixou claro que os próximos dias serão um período crucial para todas as partes para pôr em prática as disposições da Declaração, e, em particular, que todos os grupos armados ilegais devem ser desarmados e todos os edifícios ocupados ilegalmente devem ser devolvidos a seus legítimos proprietários”.

Kerry insistiu a Lavrov que a Missão de Observação Especial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) tem “um papel destacado que desempenhar” com o apoio de todas as partes.

“Vamos comprovar, nos próximos dias, se este acordo vai ser implementado. E acho que a resposta clara à pergunta de qual é a participação da Rússia é que tomem as medidas que devem tomar, e se não fizerem haverá consequências”, afirmou hoje a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

O secretário de Estado também ligou para o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatsenyuk, a quem deu o parabéns “pelos passos importantes que já adotou nas últimas 24 horas para pôr em prática a Declaração Conjunta, incluindo o compromisso de tomar medidas para aumentar a transparência e a inclusão, assim como a aprovação da lei de anistia que entrará em vigor amanhã”.

No entanto, apesar do acordo alcançado na quinta-feira em Genebra, os rebeldes pró-Rússia da região de Donetsk puseram hoje suas próprias condições a Kiev para depor as armas e deixar os edifícios oficiais.

“Exigimos ao governo ucraniano que desarme primeiro os grupos ilegais que atuaram no Maidan, como o setor de direitas, e essa Guarda Nacional que criaram. Depois deporemos as armas e desalojaremos os edifícios”, disse à Agência Efe Kirill Rudenko, porta-voz da autoproclamada “república popular de Donetsk”. EFE