Kerry se encontrará com dissidentes cubanos depois de cerimônia da embaixada

  • Por Agencia EFE
  • 12/08/2015 19h18
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Havana, 12 ago (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se encontrará com dissidentes e representantes da sociedade civil cubana em uma reunião após a cerimônia oficial de hasteamento da bandeira na embaixada americana em Havana, segundo confirmaram vários opositores à Agência Efe nesta quarta-feira.

Esse encontro acontecerá na sexta-feira na residência do encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, Jeffrey DeLaurentis, onde haverá uma breve cerimônia em que também será içada uma bandeira americana.

Foram convidados para a reunião dissidentes como a líder do movimento Damas de Branco, Berta Soler; Elizardo Sánchez, da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN); Miriam Leiva, Antonio González-Rodiles e Manuel Cuesta Morúa.

Todos confirmaram à Efe que foram convocados nesta quarta-feira. O governo americano não convidou dissidentes cubanos ao ato formal de reabertura da embaixada.

Para Berta Soler, o encontro com Kerry será uma oportunidade para que o mais alto representante do governo americano a visitar a ilha “escute o pensamento e as preocupações da sociedade civil independente” em Cuba e “fale abertamente sobre direitos humanos e presos políticos”.

No entanto, Soler considera que o fato de não haver a presença de dissidentes na cerimônia oficial de hasteamento da bandeira corresponde a “pressões do governo de Cuba”, que, segundo sua opinião, impõe “muitas condições” no diálogo com os EUA.

“Cuba convidou todos os que quis ao ato da abertura de sua embaixada em Washington e deveria deixar que os Estados Unidos fizessem o mesmo”, ressaltou a líder das Damas de Branco, movimento formado por mães e filhas do “Grupo dos 75”, presos políticos presos após a Primavera Negra de 2003 e já em liberdade.

Elizardo Sánchez, que lidera a CCDHRN, única organização da ilha que contabiliza as prisões por motivos políticos, também recebeu convite para o encontro com Kerry, mas não poderá comparecer porque estará fora de Cuba na sexta-feira.

A ativista e cofundadora das Damas de Branco, Miriam Leiva, irá ao encontro com Kerry, algo que considerou “muito positivo em meio à nova política proativa dos EUA em relação a Cuba”, já que “o isolamento não funcionou e o principal afetado foi o povo cubano”.

“Quero transferir a Kerry essa mensagem: que desejo que os Estados Unidos cheguem até o final nessa política de aproximação dos dois povos”, disse Leiva à Efe.

Para Cuesta Morúa, do partido Arco Progressista, é uma “notícia muito boa” que Kerry finalmente se encontre com representantes da sociedade civil”. Quem também recebeu convite foi Antonio González-Rodiles, líder do fórum crítico Estado de Sats, que expressou desgosto pelo fato de não haver dissidentes no ato oficial na embaixada, quando “Cuba teve total liberdade para ir a Washington com uma lista de mais de 500 convidados”. EFE

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