Khamenei acusa EUA e R.Unido de terem criado grupo jihadista Estado Islâmico
Teerã, 13 out (EFE).- O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, acusou nesta segunda-feira Estados Unidos, Israel e Reino Unido de terem criado o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) para causar uma divisão entre os muçulmanos e despistá-los de seus principais inimigos.
Khamenei disse que “Estados Unidos, o sionismo (Israel) e o profissional especialista divisionista, o maléfico governo do Reino Unido, depois da vitória da revolução, aumentaram seus esforços para criar divisão entre os muçulmanos e despistar a mentalidade dos xiitas e sunitas de seus principais inimigos”, informou a agência local iraniana de notícias “Isna”.
Neste discurso dirigido ao público, o primeiro após sua operação da próstata em meados de setembro, Khamenei afirmou que estes países criaram a rede terrorista Al Qaeda e o EI para causar divisão e lutar “contra a República Islâmica”, mas que estes grupos agora se voltaram contra eles.
Os EUA e seus aliados, com a desculpa de lutar contra EI, “mais que buscar o modo de destruir o germe desta corrente, tentam semear divisão e inimizade entre os muçulmanos”, disse o líder supremo iraniano no véspera de uma nova rodada de negociações nucleares que começará amanhã em Viena.
Khamenei pediu aos muçulmanos sunitas e xiitas a “estar conscientes de que o verdadeiro e principal inimigo do islã e os muçulmanos são as políticas americano-sionistas”.
No dia 15 de setembro, após sair do hospital, em entrevista concedida ao canal de notícias nacional iraniano, Khamenei informou que seu país tinha rejeitado a proposta dos Estados Unidos de participar da coalizão internacional que luta contra o EI.
Segundo o líder supremo, o motivo da recusa iraniana foi que o objetivo dos Estados Unidos em lutar contra o EI “é manter sua presença militar na região”.
Apesar da posição de Washington e Teerã contra o Estado Islâmico poder ter pontos em comum, ambos estão muito afastados em suas posturas sobre a Síria, onde os EUA apoiam a oposição ao presidente Bashar al Assad, enquanto o Irã é o principal suporte do regime.
Reino Unido e o Irã pactuaram neste ano reabrir a embaixada britânica em Teerã, que permanece fechada desde sua tomada por estudantes islâmicos em 2011, mas a missão diplomática ainda segue fechada. EFE
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