Khan confirma favoritismo e é eleito primeiro prefeito muçulmano de Londres

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/05/2016 08h58
EFE Sadiq Khan

Filho de imigrantes paquistaneses que foram viver no Reino Unido, Sadiq Khan será o próximo prefeito de Londres. O resultado é uma vitória para o Partido Trabalhista, que sofreu revezes em outras eleições locais no país.

Khan, que será o primeiro prefeito muçulmano da cidade, venceu com folga ao receber mais de 1,3 milhão de votos. O candidato conservador, Zac Goldsmith, obteve 994.614 votos e ficou em segundo.

A campanha tornou-se dura nas últimas semanas. Goldsmith, filho de um bilionário, acusou várias vezes Khan, cujo pai é um motorista de ônibus, de ser muito fraco ante o extremismo e questionou a avaliação do rival por este ter aparecido em eventos públicos ao lado de pessoas com visões extremistas. A tática aparentemente se voltou contra o conservador, com alguns londrinos dizendo que os ataques pessoais acabaram por beneficiar o trabalhista.

Khan afirmou que chegou a representar algumas figuras desagradáveis em sua carreira anterior de advogado de direitos humanos, mas lembrou que passou anos na luta contra o extremismo Em um discurso pouco depois da meia-noite, Khan disse que havia prometido ser o prefeito de todos os londrinos, independentemente de suas origens. “Esta eleição não ocorreu sem controvérsias”, lembrou. “Eu estou orgulhoso que Londres escolheu a esperança sobre o medo, a unidade sobre a divisão.”

Os conservadores mantinham o posto desde 2008. Boris Johnson, um importante nome no Partido Conservador, que faz campanha para que o Reino Unido deixe a União Europeia, não buscava um terceiro mandato.

Goldsmith parabenizou o rival, mas disse ter ficado decepcionado com os resultados.

A vitória em Londres é um feito significativo para o Partido Trabalhista, mas perdas em outras disputas locais foram um revés para o líder da sigla, Jeremy Corbyn, que assumiu o comando há oito meses, após o partido sofrer uma derrota fragorosa na eleição geral. Os trabalhistas tiveram uma queda acentuada em seu apoio na Escócia, ficando apenas em terceiro, e também tiveram algumas derrotas na Inglaterra, ainda que em patamar menor do que o apontado por algumas pesquisas e por alguns analistas.

Os conservadores também tiveram algumas perdas em disputas locais, mas o primeiro-ministro David Cameron qualificou os resultados de sua sigla como “notáveis”, já que os partidos governistas geralmente sofrem revezes nas eleições locais.

O premiê, em seu sexto ano no posto, enfrenta uma disputa dura dentro de seu próprio partido sobre a presença do Reino Unido na União Europeia. O país realizará um voto popular sobre se continua ou não na UE no próximo mês.

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