Kiev “deu um tiro no pé” ao proibir voos russos à Ucrânia, diz ministro russo

  • Por Agencia EFE
  • 26/09/2015 10h41

Moscou, 26 set (EFE).- O governo de Kiev “de um tiro no pé” ao proibir todas as companhias aéreas russas de voarem para Ucrânia, dado que cerca de 70% desses voos são usados por cidadãos ucranianos, disse neste sábado o ministro dos Transportes russo, Maxim Sokolov.

“As companhias aéreas russas, mas também as companhias aéreas ucranianas, transportaram cerca de 800 mil pessoas nos primeiros oito meses deste ano, e 70% dos passageiros nesses voos (entre Rússia e Ucrânia) eram cidadãos ucranianos”, disse Sokolov ao canal da televisão estatal russo “Rossia”.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, anunciou ontem a proibição durante uma reunião com seus ministros, aos quais disse que “os aviões russos não têm nada o que fazer nos aeroportos ucranianos”, segundo seu gabinete de imprensa.

“Do ponto de vista do transporte, trata-se de um passo ilógico e pouco construtivo, se levamos em conta que Moscou era para os passageiros ucranianos não só seu destino final, mas também um ponto de passagem em seus voos à Europa e por todo o globo”, ressaltou Sokolov.

Segundo o ministro, cerca de 40% dos passageiros ucranianos que aterrissavam em Moscou em voos da Aeroflot, a companhia aérea de bandeira russa, prosseguiam sua viagem a outros lugares do planeta.

Sokolov já advertiu ontem que caso Kiev leve à prática a proibição anunciada por Yatseniuk, Moscou não terá mais remédio que aplicar a mesma medida às companhias aéreas ucranianas que voam para Rússia.

“Sabemos que isso porá fim à comunicação aérea entre os dois países. E os que sofrerão, em primeiro lugar, serão os cidadãos da Ucrânia. Mas nesta situação, as autoridades ucranianas obrigam a estas ações por parte da Rússia”, apontou.

Após a revelação da notícia nesta sexta-feira, tanto o Ministério de Transportes russo como a Aeroflot disseram que ainda não foram informadas por Kiev sobre a decisão.

“Segundo as leis internacionais, só as autoridades competentes em aviação de um país podem proibir voar” para seu território, lembrou em comunicado a Aeroflot.

Por outro lado, a companhia russa transmitiu uma mensagem de tranquilidade a seus clientes e garantiu que uma vez recebida “a notificação oficial das autoridades aeronáuticas da Ucrânia”, devolverá a seus passageiros o dinheiro pelos bilhetes comprados anteriormente. EFE

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