Kiev e separatistas reforçam trégua, mas adiam diálogo sobre autogoverno

  • Por Agencia EFE
  • 24/09/2014 00h21
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(Atualiza com novos dados sobre os acordos de Minsk).

Moscou, 20 set (EFE).- O governo da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia reforçaram neste sábado o cessar-fogo com a assinatura de um memorando de paz, mas adiaram as negociações sobre o autogoverno para as áreas controladas pelos rebeldes.

“Primeiro, a cessação do uso das armas por ambos lados. Segundo, a manutenção das posições das unidades militares e grupos armados a 19 de setembro”, anunciou Leonid Kuchma, ex-presidente ucraniano e representante de Kiev nas negociações de Minsk.

“Terceiro, a proibição do uso de qualquer tipo de armamento e da iniciada de ações ofensivas”, acrescentou.

“O memorando contempla a retirada das armas de grande calibre a pelo menos 15 quilômetros. Desta forma, se cria uma zona de segurança de mais de 30 quilômetros de largura”, detalhou Kuchma após sete horas de negociações em um hotel da capital bielorrussa.

Kiev e os insurgentes também concordaram com a retirada das minas da zona de conflito e a proibição da colocação de novas, e proibiram o uso de armamento pesado nas imediações das povoações.

“Foi introduzida a proibição dos voos da aviação militar, o que inclui os aviões letais não tripulados, com a ressalva dos aparatos da OSCE. Também se proíbe o uso de aparatos não tripulados estrangeiros”, completou.

Kuchma destacou que Kiev também começou na capital bielorrussa o acordo para “a retirada do território ucraniano de todos os grupos armados estrangeiros”.

“Também contempla a retirada de todos os chamados mercenários”, explicou, em clara alusão aos voluntários chegados da vizinha Rússia.

Kuchma ressaltou também que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) posicionará observadores “ao longo de toda a fronteira russo-ucraniana”, ponto de entrada de armamento e reforços para os milicianos, segundo Kiev.

O representante de Kiev reconheceu que a trégua estipulada em 5 de setembro na capital bielorrussa foi violada em várias ocasiões, mas não culpou nenhuma parte.

“Houve violações. Mas hoje pusemos ponto final (ao cessar-fogo). (Ambos) retiraremos as tropas a uma distância de 30 quilômetros, o que garantirá a segurança”, salientou.

Por sua vez, o emissário russo em Minsk, Mikhail Zurabov, embaixador na Ucrânia, assegurou que os acordos “começarão a ser aplicados dentro de 24 horas”.

“O esmorecimento do conflito começou. Estabelecemos a linha de separação entre as partes em conflito. Isto permitiu concordar a retirada do armamento pesado”, afirmou.

Quanto à lei de autogoverno aprovada nesta semana pela Rada Suprema (legislativo ucraniano), as partes concordaram em adiar a discussão deste assunto.

“Este é um assunto para futuras negociações. Eles têm sua opinião e nós a nossa. O status especial só poderá ser abordado depois que a correspondente lei seja aprovada”, comentou Aleksandr Zakharchenko, líder da autoproclamada república popular de Donetsk.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ainda não promulgou dita lei, mas se mostrou disposto a outorgar toda classe de competências aos separatistas pró-Rússia, sempre que permaneçam no seio de um Estado unitário. EFE

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