Kiev propõe consulta não vinculativa em vez de referendo no leste pró-russo

  • Por Agencia EFE
  • 05/05/2014 13h37
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Kiev, 5 mai (EFE).- O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, propôs nesta segunda-feira uma consulta não vinculativa em vez de um referendo, como querem os pró-russos sublevados no leste do país, para determinar o novo modelo de Estado.

Yatseniuk apresentou hoje na Rada Suprema (parlamento) um projeto de lei que discute a realização da consulta no próximo dia 25, coincidindo com as eleições presidenciais adiantadas no país.

Segundo o autor da iniciativa, a consulta quer conhecer a opinião dos ucranianos sobre assuntos como a descentralização e a integridade territorial ucraniana.

O vice-primeiro-ministro, Vladimir Groisman, ficou encarregado de organizar debates regionais e municipais sobre a reforma constitucional.

Yatseniuk defendeu ceder às autoridades locais grande parte das atribuições do governo central em matéria política e econômica, e propôs que o governador não seja designado pelo presidente, mas eleito pelos habitantes de cada região.

O Partido das Regiões, o mais votado no leste do país, e os comunistas querem realizar no dia 25 de maio um plebiscito sobre reforma constitucional para aumentar as competências regionais, embora dentro de um Estado unitário.

Já os insurgentes pró-russos, que reivindicam a federalização da Ucrânia, querem realizar já no dia 11 um referendo na região oriental de Donetsk, epicentro da sublevação contra Kiev.

A chancelaria russa tachou hoje de “cínica e afastada da realidade” a proposta de Yatseniuk, pois na região de Donetsk acontece uma operação de punição contra as fortificações pró-russas.

“Em vez de iniciar um debate nacional em busca de uma saída à profunda crise política e socioeconômica com a participação de todas as forças políticas e todas as regiões, Kiev se dedica a organizar ações de perfumaria”, disse.

Na opinião da Rússia, que acredita que transformar a Ucrânia em uma federação onde o russo é a segunda língua oficial é a única saída ao conflito, a consulta não vinculativa “não conduzirá a nada além de um agravamento da crise”. EFE

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