Kiev reforça “guerra informativa” após vitórias militares no leste

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2014 15h16
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Boris Klimenko.

Kiev, 7 jul (EFE).- Após vitórias militares do fim de semana, as autoridades da Ucrânia anunciaram nesta segunda-feira novas medidas em sua “guerra informativa” com os rebeldes pró-Rússia do leste do país, que resistem nas capitais de Donetsk e Lugansk, habitadas por 1,5 milhão de pessoas.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, ordenou hoje ao Conselho Nacional de Radiotelevisão que desenvolva um programa de difusão informativa dirigida especificamente aos habitantes das duas regiões na região do conflito.

O líder denunciou que contra seu país foi iniciada “uma excelente máquina de propaganda” que deve ser contraposta por “informação verdadeira sobre a Ucrânia”.

Um alto cargo do Ministério do Interior explicou, por sua vez, que a Ucrânia continuará com a luta “informativa e psicológica” para forçar os rebeldes a depor as armas.

Ontem, domingo, o subsecretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Mikhail Kóval, afirmou que o plano de Kiev inclui o “lugar total” das cidades de Donetsk e Lugansk, capitais das regiões homônimas, e outras medidas que “forçarão os separatistas e criminosos a deporem as armas”.

Alguns membros do governo ucraniano têm certeza de que a rendição de Slaviansk (em Donetsk) e de outras muitas cidades da região, entregues pelas milícias pró-Rússia no sábado após mais de dois meses de combates, representa um divisor de águas na luta entre as tropas ucranianas e os sublevados.

“A moral dos guerrilheiros, segundo dados de nossa inteligência, é extremamente baixa, porque se sentem abandonados, traídos e enganados”, ressaltou Antón Gueráshenko, conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia, Arsén Avakov.

Nessa situação, com o grosso dos insurgentes armados entrincheirados nas duas capitais do leste rebelde, o chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia, Valentín Naliváichenko, insinuou que os milicianos arrependidos poderiam ser anistiados.

“Há milicianos enganados pela propaganda que entenderam que não são milicianos. Não seria justo tratar essas pessoas como terroristas ou criminosos que tomaram parte nas ações dos guerrilheiros”, apontou Naliváichenko.

As milícias separatistas, enquanto isso, elevaram o tom de seu discurso e prometeram uma resistência dura às forças ucranianas na disputa pelas duas capitais regionais.

“Vamos reforçar nossos pontos de controle nos arredores de Donetsk, a construir e a reforçar nossas fortificações militares, a cavar trincheiras”, advertiu um dos líderes dos insurgentes de Donetsk, Miroslav Rudenko.

Mais radical, o “governador popular” da região, Pavel Gubarev, ameaçou as tropas ucranianas com “uma guerra de guerrilhas em todo o perímetro da cidade”.

Centenas de milicianos já experientes em combates contra as forças de Kiev chegaram neste fim de semana a Donetsk após deixar Slaviansk e Kramatorsk.

O chefe das milícias de Slaviansk, Igor Strelkov, identificado em Kiev como oficial da inteligência militar russa Igor Guirkin, anunciou então que seus homens se dispõem a preparar a “defesa ativa” de Donetsk, o que considerou “muito mais cômodo de defender que a pequena Slaviansk”.

Por sua vez, o governo de Kiev descartou o uso da aviação e a artilharia pesada nas operações contra os entrincheirados nas duas capitais, onde as ações militares correrão a cargo de unidades de elite.

O anunciado lugar de Donetsk e Lugansk não afetará a liberdade de movimento de seus habitantes pacíficos, assegurou hoje o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Lisenko. EFE

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