Kiir pede que rebeldes sul-sudaneses deponham armas e dialoguem

  • Por Agencia EFE
  • 09/07/2014 11h36

Juba, 9 jul (EFE).- O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, pediu nesta quarta-feira que os rebeldes deponham as armas, rejeitem a guerra e participem de “um diálogo político global”, durante a celebração do terceiro aniversário da independência do país.

Em discurso, o líder pediu aos dirigentes políticos opositores -libertados recentemente- que retornem ao país para ajudar no processo de construção do Estado e resolvam todos os assuntos pendentes entre o governo e os insurgentes.

“É necessário realizar um diálogo político global entre todos os componentes do Sudão do Sul, além de introduzir reformas no Exército e na polícia”, afirmou.

Kiir também destacou seu compromisso com a mediação que efetua a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), integrada pela Etiópia, Uganda, Djibuti, Somália, Quênia e Sudão, à qual pediu o desdobramento de uma força que vigie o cessar-fogo.

Por outro lado, o presidente revelou que as tropas ugandesas ainda permanecem no país, enfatizando que sua nação é um Estado independente que tem o direito de assinar acordos bilaterais de Defesa.

“As tropas ugandesas só se retirarão quando nos setirmos seguros no Sudão do Sul”, ressaltou Kiir.

Com relação às reivindicações de instaurar um sistema federal no país, o presidente advertiu “que o federalismo não deve levar à partilha do país”, por isso que ressaltou a necessidade de que o assunto seja submetido a uma discussão”.

Kiir encerrou seu discurso reiterando o pedido de pôr fim ao conflito, que explodiu em dezembro, quando acusou seu ex-vice-presidente Riak Machar de tentar dar um golpe de Estado.

Em 10 de junho, Kiir e Machar acordaram em Adis-Abeba fixar um prazo de 60 dias para formar um governo de transição de união nacional, após o cessar-fogo alcançado um mês antes, que foi violado.

Esta crise, que deixou milhares de mortos, mancha as celebrações hoje do terceiro aniversário da independência do país do Sudão.

A independência foi alcançada após um referendo estipulado nos acordos de paz de 2005, que puseram fim a uma guerra que se prolongou por mais de duas décadas e terminou com dois milhões de mortos. EFE

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