Kim Jong-un exige “vingança” contra os EUA por crimes na Guerra da Coreia
Seul, 23 jul (EFE).- O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, exigiu nesta quinta-feira “vingança” contra os Estados Unidos pelos crimes cometidos durante a Guerra da Coreia (1950-1953).
As declarações foram dadas a apenas cinco dias do 62º aniversário do armistício que pôs fim ao conflito, durante uma visita ao Museu Sinchon de Atrocidades dos EUA na Guerra da Coreia, construído em pleno centro de Pyongyang, capital do país.
Kim afirmou que a Coreia do Norte deve fazer os americanos “pagarem pelo derramamento de sangue dos coreanos e ajustar contas o mais rápido possível com a força das armas”, de acordo com um artigo publicado hoje pela agência oficial “KCNA”.
A visita de Kim ao museu ocorreu devido à proximidade do aniversário do tratado de paz assinado em 27 de julho de 1953, que pôs fim à Guerra da Coreia e confirmou a divisão da ilha após três anos de hostilidades.
“O museu serve como um centro para a educação das diferentes classes e como uma fonte do desejo de vingança contra o inimigo, assim como um lugar histórico onde estão expostas as monstruosas atrocidades dos imperialistas americanos”, disse Kim Jong-un.
O museu, construído em 1960, foi ampliado e modernizado no ano passado. O local guarda material sobre os crimes que a Coreia do Norte acusa dos EUA de terem cometido durante o conflito, entre eles o massacre de 35 mil norte-coreanos na cidade de Sinchon.
No local, considerado uma parada obrigatória para os turistas estrangeiros que visitam Pyongyang, é possível observar diversas relíquias da guerra, como aviões e tanques americanos, além do famoso navio USS Pueblo, capturado pela Coreia do Norte em 1968.
A Guerra da Coreia, que colocou em confronto o Norte comunista – apoiado pela China e a então União Soviética – e o Sul capitalista – ajudado pelos EUA e as forças da ONU -, terminou sem vencedores. Apesar disso, Pyongyang se diz vitoriosa e celebra a cada ano o aniversário do armistício.
O conflito, o primeiro da Guerra Fria e um dos mais sangrentos da história, arrasou cidades inteiras na península coreana e provocou a morte de 2,5 milhões de pessoas, segundo estimativas. EFE
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