Kim Jong-un justifica execução de seu tio e o classifica como “escória”
Seul, 1 jan (EFE).- O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, justificou nesta quarta-feira a recente execução de seu tio Jang Song-thaek e o chamou de “escória”, durante seu discurso de Ano Novo retransmitido ao vivo pela televisão pública do país.
“No ano passado tomamos a decisão de excluir facções de escória do partido e este expurgo anti-partido e antirrevolucionário nos fortaleceu”, disse Kim durante uma mensagem de cerca de 25 minutos.
A surpreendente execução daquele que era considerado o “número 2” do regime representa a maior mudança política na Coreia do Norte desde a morte do ditador Kim Jong-il em dezembro de 2011, que abriu as portas do poder para seu filho Kim Jong-un.
O regime de Pyongyang confirmou no último dia 13 de dezembro a execução de Jang Song-thaek, mentor do atual líder, e o acusou de traição e corrupção entre muitos outros crimes.
Até sua queda em desgraça, Jang ostentava vários cargos no Partido dos Trabalhadores, braço político do regime, entre eles o de vice-presidente da poderosa Comissão Nacional de Defesa.
A vizinha Coreia do Sul mostrou preocupação pela possível instabilidade no regime que a condenação à morte daquele que era um de seus maiores bastiões poderia gerar e não descartou “provocações” de Pyongyang.
Durante o discurso de Ano Novo, o jovem líder do regime comunista fez um pedido para melhorar as relações com Seul, enquanto defendeu o fortalecimento militar de seu país, segundo a agência sul-coreana “Yonhap”.
“Faremos esforços para melhorar as relações entre Norte e Sul”, disse Kim, que pediu que Seul fizesse o mesmo.
Kim insistiu, além disso, durante seu incomum discurso televisivo, em seu compromisso para promover o desenvolvimento econômico da empobrecida Coreia do Norte.
A última vez que se escutou a voz do ditador nos meios norte-coreanos foi em abril de 2013.
O jovem líder realizou seu primeiro discurso televisivo de Ano Novo em 2013, algo que seu pai, Kim Jong-il, nunca havia feito em 17 anos de mandato, pois preferia que suas palavras fossem divulgadas pelos jornais do regime. EFE
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