Klitschko assume prefeitura de Kiev em meio a dúvidas sobre futuro do Maidan

  • Por Agencia EFE
  • 05/06/2014 11h39

Kiev, 5 jun (EFE).- O líder do partido ucraniano Udar, Vitali Klitschko, assumiu nesta quinta-feira a prefeitura de Kiev com promessas de “tolerância zero” com a corrupção e entre as dúvidas sobre o futuro do Maidan, símbolo dos protestos contra o deposto presidente Viktor Yanukovich.

“Hoje, todos juntos estamos construindo um novo país de gente livre e decente. As mudanças na Ucrânia começarão pela capital, Kiev”, disse Klitschko após assumir o cargo.

Klitschko, estreito aliado do presidente eleito, Petro Poroshenko, prometeu que reformará todo o sistema administrativo da capital para fazê-lo acessível aos cidadãos e transformará a Kiev em uma cidade europeia moderna.

O antigo campeão dos pesos-pesados de boxe alcançou 56,7% dos votos nas eleições municipais realizadas no dia 25 de maio, depois do que anunciou um programa de 500 dias para transformar a cidade.

Para começar, deverá decidir que fazer com o Maidan, cidadela que ocupa desde novembro a Praça da Independência e a adjacente Avenida Kreschatik, embora quase todas as barricadas erigidas durante as revoltas com neve e pneus já foram retiradas.

Klitschko considera que o Maidan, palco de protestos pacíficos durante três meses e que desencadearam em fevereiro violentos distúrbios, já cumpriu sua função, a cidade deve voltar à normalidade e todas as pessoas devem retornar a seus locais de residência frequentes.

Embora tenha assegurado que não usará a força contra esses ativistas, que para muitos são heróis da revolução que derrubou Yanukovich, na qual morreram mais de 100 pessoas e mais de 300 estão desaparecidas, segundo as listas expostas na praça.

Por outro lado, os líderes do Maidan têm intenção de permanecer no coração de Kiev até que as autoridades cumpram suas promessas, entre as quais estaria o controle popular do trabalho dos deputados que saiam escolhidos nas próximas eleições parlamentares.Alguns dos habitantes da vila de barracas não têm aonde ir, especialmente os procedentes do leste separatista, que temem represálias por ter apoiado as autoridades de Kiev.

O acampamento erguido em novembro de 2013 tem enfermaria, refeitório, dormitórios, centro de ajuda psicológica e inclusive uma pequena capela, e atualmente é um dos locais preferidos dos turistas.

Alguns grupos propuseram erguer no Maidan um monumento em lembrança dos mortos nos distúrbios e deixar um pavilhão permanente para informar os cidadãos e visitantes sobre o legado da revolução contra Yanukovich. EFE

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