Kremlin nega ter ordenado retirar flores do local onde mataram Nemtsov
Moscou, 30 mar (EFE).- O Kremlin negou nesta segunda-feira ter ordenado a retirada das flores da ponte onde assassinaram há um mês o político liberal russo Boris Nemtsov, perante a indignação da oposição extraparlamentar.
“Posso garantir que a administração presidencial não se encarrega dos assuntos comuns da cidade de Moscou”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, a imprensa local.
Peskov pediu para que o assunto não se tornasse uma polêmica caso as flores sejam retiradas da ponte sobre o Rio Moskova por decisão das autoridades municipais por motivos de limpeza.
Opositores denunciaram que no fim de semana, desconhecidos levaram embora as flores, velas e fotografias do memorial improvisado erigido em homenagem ao político baleado nas costas perto do Kremlin.
Isto ocorreu depois que, no começo da semana passada, um grupo de pessoas vandalizou o lugar, ato cujas imagens foram divulgadas por seus autores nas redes sociais. A prefeitura declarou que os serviços de limpezas retiraram somente as flores murchas. Em ambos os casos o memorial foi restabelecido pelos opositores, que pediram à Justiça e ao Comitê de Instrução que tomem nota do assunto.
“A ausência de reação oficial ao primeiro ato de profanação deu aval a aqueles que gostam de ultrajar a memória de nosso camarada”, disse Ilya Yashin, companheiro de Nemtsov no movimento opositor Solidariedade.
Por sua vez, a oposição começou a recolher assinaturas para erguer uma estátua na ponte e solicitará autorização municipal para convocar um novo protesto antigovernamental em 19 de abril. Em meados de março, a Duma ou Câmara dos Deputados da Rússia se negou a fazer um minuto de silêncio em memória do opositor assassinado.
Ao todo, cinco chechenos foram acusados formalmente do assassinato de Nemtsov, que recebeu quatro tiros nas costas em 27 de fevereiro quando passeava com uma jovem ucraniana perto do Kremlin.
Os opositores russos mantêm que a morte de Nemtsov, ex-vice-primeiro-ministro russo, foi um crime político e puseram em xeque a vontade dos investigadores de prender os envolvidos.
O presidente russo, Vladimir Putin, exigiu às forças de segurança o esclarecimento do assassinato mais famoso de um político desde que ele chegou ao Kremlin há 15 anos. EFE
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