Kuczynski mantém liderança na corrida presidencial do Peru
A contagem dos votos do segundo turno das eleições peruanas continua, nesta quinta-feira (9), com quase 100% do trabalho concluído. De acordo com o boletim mais recente do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE, na sigla em espanhol), com 99,91% das atas processadas, o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski tinha 50,11% dos votos válidos e a ex-deputada Keiko Fujimori estava com 49,88%.
Ainda se esperava a chegada de sete atas eleitorais de um vale na Amazônia peruana, enquanto a população local mostrava-se impaciente para saber o resultado. A maioria dos especialistas considera matematicamente impossível que Keiko consiga reverter a diferença, mas a candidata do partido Força Popular não admitiu a derrota e diz ter a esperança de uma virada na apuração.
Algumas dezenas de partidários de Keiko se manifestaram diante da Junta Eleitoral para denunciar uma suposta fraude. Nenhum dos dois candidatos nem suas equipes, porém, apresentaram evidências que pudessem respaldar essas insinuações.
Kuczynski, ex-ministro e ex-economista do Banco Mundial, pediu paciência aos seguidores, aos quais se dirigiu já como ganhador da disputa. Segundo a lei, é preciso esperar que o ONPE termine a contagem e declare o ganhador. O órgão anunciou que pode finalizar o trabalho ainda nesta quinta-feira, mas, pela manhã, ressaltou que faltariam as referidas sete atas que vêm do vale dos rios Apurímac, Ene e Mantaro, uma zona amazônica remota que é a maior produtora de cocaína do Peru e onde ainda operam os últimos batalhões da guerrilha do Sendero Luminoso. As urnas devem chegar por via aérea, mas o tempo chuvoso atrasou o envio. Além disso, na passada quarta-feira (8), chegaram os votos vindos do exterior.
Os dois candidatos, ambos de centro-direita, têm permanecido em suas sedes de campanha. Caso Kuczynski mantenha a vantagem, terá conseguido uma reação na reta final da disputa, pois, no último domingo (5), Keiko venceu o primeiro turno e aparecia à frente em várias pesquisas de intenção, embora com margem estreita. A ex-deputada é filha de Alberto Fujimori, ex-presidente peruano que atualmente cumpre pena por corrupção e crimes contra os direitos humanos.
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