Lama de Mariana atinge o litoral do Espírito Santo sob protesto de moradores

  • Por Jovem Pan
  • 22/11/2015 09h10
Linhares (ES) - A lama vinda das barragens da Samarco com rejeitos de mineração seguem ao longo do leito do Rio Doce em direção à sua foz, localizada em Regência, Linhares (Fred Loureiro/Secom ES) Fred Loureiro/Secom ES Lama de rejeitos segue em direção ao mar

A onda de lama de rejeitos minerais que se formou após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, no último dia 5, chegou ao litoral do Espírito Santo na tarde deste sábado (21). Barcos de pescadores e protesto de moradores do vilarejo próximo, Regência, na cidade de Linhares, acompanharam a chegada da enxurrada no mar.

A enxurrada de lama atingiu o mar aproximadamente às 15h, em camadas menos densas de barro. O Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil ao longo do Rio Doce apontava que a lama chegaria ao oceano apenas na próxima semana.

Um dos líderes do povoado guiou o protesto vestido de “Morte”, utilizando uma túnica preta e uma foice com a inscrição Samarco, responsável pelas barragens que romperam em Mariana (MG). Até o momento, oito pessoas morreram e 12 seguem desaparecidas. Quatro corpos ainda precisam ser identificados.

Regência, na foz do rio, é uma área ambiental protegida por ser considerada “berçário” para diversas espécies marinhas, como as tartarugas. O Projeto Tamar, inclusive, tem deslocado, nos últimos dias, ninhos de tartarugas da rota da lama como forma de prevenção.

As boias, colocadas nos últimos dois dias ao longo do rio, não impediram o avanço da lama em direção ao oceano. A previsão é de que o material barrento atinja uma área de 9 quilômetros de mar ao longo do litoral do Espírito Santo, segundo um modelo matemático elaborado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Apesar dos impactos no oceano serem menos drásticos do que no vale do Rio Doce, eles poderao afetar, por muitos anos, a presença de algas, moluscos, crustáceos e peixes.

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