Lava Jato denuncia ministro do TCU por recebimento de propina

Ex-senador Vital do Rêgo Filho é investigado por suposta ‘blindagem’ de executivos da OAS quando presidia CPMI da Petrobras; operação deflagrada nesta terça cumpre 15 mandados de busca e apreensão

  • Por Jovem Pan
  • 25/08/2020 12h10 - Atualizado em 25/08/2020 12h17
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Pedro França/Agência Senado Denúncia apura supostos crimes cometidos à época que Rêgo presidia CPMI no Senado

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho, foi denunciado nesta terça-feira, 25, pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo recebimento de propina paga pela empreiteira OAS à época que o então senador presidia a CPMI da Petrobras, instaurada no Congresso Nacional em 2014. Segundo a força tarefa da operação Lava Jato, Rêgo Filho recebeu R$ 3 milhões de Léo Pinheiro, ex-presidente a OAS, para que os executivos da empreiteira não fossem convocados para depor nas comissões parlamentares de inquérito que apuravam possíveis irregularidades na estatal. 

A Polícia Federal e o MPF deflagraram nesta terça a 73ª fase da operação Lava Jato, denominada Ombro a Ombro, com a expedição de 15 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrar o suposto esquema de fraude de licitações realizadas pela Petrobras. A ação conta com cerca de 60 policiais federais em Brasília, João Pessoa, Cabedelo (PB) e Campina Grande (PB). A ação visa investigar a participação de intermediários no recebimento de propinas pagas pelo cartel de empreiteiras para de Rêgo Filho, de acordo com apuração do MPF. Foram acusados pelos crimes de lavagem, além do ex-parlamentar, Alex Antônio Azevedo Cruz, Dimitri Chaves Gomes Luna, Fábio Magno de Araújo Fernandes, Sandro Maciel Fernandes e dois executivos da OAS. Atualmente, Alexandre Costa de Almeida é servidor público no TCU e está lotado no gabinete de Rêgo Filho.

Segundo o MPF, as medidas cautelares visam buscar novos elementos de prova sobre crimes praticados em 2014 e que seguem sob investigação, como a participação de João Monteiro da França Neto, que, segundo os procuradores, agiu como intermediário do ministro do TCU na prática de atos de lavagem de dinheiro. Os crimes investigados pela operação Lava Jato foram denunciados por executivos da OAS em acordo de delação premiada. Segundo os colaboradores, diretores da estatal  recebiam “pagamento sistemático de propinas” em troca de fraudar licitações para favorecer determinadas empresas.

 

 

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